Funcionário monta um carro em fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, São Paulo (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2013 às 17h38.
Rio - A indústria de transformação antecipou, no primeiro semestre de 2013, pedidos de financiamento de máquinas e equipamentos diante da expectativa de ajustes no Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que acabaram sendo anunciados nesta quarta-feira, 11, pelo BNDES.
Este movimento foi detectado no acompanhamento da Sondagem de Investimentos da Indústria de Transformação, da FGV. "Isso (a antecipação) vai colaborar ainda mais para uma desaceleração nos investimentos em 2014", disse o superintendente de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo.
"Se as condições da economia fossem melhores em relação à expectativa de crescimento, as taxas do PSI continuariam sendo atraentes, pois ainda estão zeradas ou até negativas em relação à inflação esperada no País", analisou o superintendente.
No entanto, ele pondera que a expectativa de mudança nas alíquotas do PSI levou os empresários a ir às compras antes do esperado - o que tirou um pouco da demanda que se materializaria no ano que vem.
Na sondagem divulgada pela FGV, 15% das empresas afirmavam que vão diminuir o investimento em mais de 10% em 2014. A pedido do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Campelo comparou as projeções dessas empresas com os dados observados em 2013. Das indústrias que vão fazer uma redução superior a 10% nos investimento em 2014, quase metade (48,8%) ampliou os investimentos neste ano.
Fiscal
"O PSI foi um caminho interessante para dar aos empresários acesso a crédito mais barato", disse Campelo, mas salientou que o ajuste nas alíquotas é importante para que o governo possa recompor sua situação fiscal, pois as taxas não são tão subsidiadas quanto antes. "O excesso de artificialismo terminava gerando um problema para o outro lado, que era a equalização desse subsídio via Tesouro Nacional", avaliou.
O anúncio das novas alíquotas foi feito nesta quarta-feira pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Para máquinas e equipamentos, a taxa atual de 3,5% passa para 4,5% no caso das micro, pequenas e médias empresas, e para 6% para grandes empresas. Para caminhões e ônibus, a taxa atual de 4% passa para 6%. Na linha de inovação, a alíquota passa de 3,5% para 4%. Já as taxas da linha de exportação sobem de 5,5% para 8%. Houve também mudanças nos porcentuais dos investimentos que poderão ser financiados.