Exame Logo

"Mesmo com dólar alto, empresas têm hedge", diz Trabuco

A dívida em dólar das empresas não é preocupante, porque estão protegidas por instrumentos de hedge, afirma Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco

Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco: "a dívida em dólar das empresas brasileiras não é preocupante, porque estão protegidas por instrumentos de hedge" (.)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2015 às 08h52.

São Paulo - A dívida em dólar das empresas brasileiras não é preocupante independente do patamar da moeda americana porque estão protegidas por instrumentos de hedge, de acordo com Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco .

"Tivemos três momentos em que o dólar praticamente liquidou a esperança de algumas empresas, entre 1994 e 1995, quando o dólar caiu. Outra mudança de patamar entre 1998 e 1999 e a última foi em 2002, eram momentos em que a empresa não tinham hedge", explicou ele em conversa com jornalistas, após evento de premiação, em São Paulo.

As empresas que exportam, conforme Trabuco, estão cobertas. Sobre o uso derivativos exóticos que no passado trouxe consequências negativas para empresas brasileiras como, por exemplo, a Sadia e Aracruz, o presidente do Bradesco afirmou que não acredita que isso deve se repetir.

Isso porque, segundo ele, naquele momento não havia aprendizagem sobre esses instrumentos que são descasados e que podem levar às empresas a um nível de alavancagem comprometedor em momentos de crise.

O executivo citou ainda a possibilidade de algumas companhias estarem na situação de over-hedging, o que pode significar um dado positivo para a geração de caixa das empresas.

"Quando o dólar está em R$ 4,24 e cai para R$ 3,99, percebe-se que o mercado tem banda um pouco de excesso de preocupação de alguns que não está ligado aos fundamentos", disse o executivo.

Questionado sobre se o Banco Central demorou para agir no câmbio, o presidente do Bradesco disse que o órgão "tem bala na agulha", tem discurso e pode interferir para evitar exageros.

"Eu não teria condições de avaliar se o BC demorou demais, mas o que ficou claro nos dias de hoje é que o Banco Central tem condições e flexibilidade para interferir quando o mercado exagerar", respondeu o executivo.

Bancos

A valorização do dólar sobre o real é neutra para os balanços dos bancos, de acordo com o presidente do Bradesco. "Temos um balanço em reais e o patrimônio que temos lá fora tem hedge interno. O dólar mais alto não afeta porque não somos uma empresa estrangeira no Brasil. Não afeta nada. É neutro."

Trabuco afirmou ainda que o câmbio mudou de patamar por alguns movimentos de insegurança. "É evidente que tem uma crise política, uma crise financeira e quando as duas se conjugam, a situação sempre fica mais tensa, cria uma certa aversão ao risco", acrescentou ele.

A valorização do dólar não tende a impactar a inflação no Brasil no futuro, na opinião do presidente do Bradesco. Isso ocorre, segundo ele, quando há um câmbio exagerado, não, no patamar atual.

Segundo ele, o dólar acima de R$ 3,50 provoca um movimento de substituição das importações. "Isso lá para frente é um direcional bom", concluiu Trabuco.

Veja também

São Paulo - A dívida em dólar das empresas brasileiras não é preocupante independente do patamar da moeda americana porque estão protegidas por instrumentos de hedge, de acordo com Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco .

"Tivemos três momentos em que o dólar praticamente liquidou a esperança de algumas empresas, entre 1994 e 1995, quando o dólar caiu. Outra mudança de patamar entre 1998 e 1999 e a última foi em 2002, eram momentos em que a empresa não tinham hedge", explicou ele em conversa com jornalistas, após evento de premiação, em São Paulo.

As empresas que exportam, conforme Trabuco, estão cobertas. Sobre o uso derivativos exóticos que no passado trouxe consequências negativas para empresas brasileiras como, por exemplo, a Sadia e Aracruz, o presidente do Bradesco afirmou que não acredita que isso deve se repetir.

Isso porque, segundo ele, naquele momento não havia aprendizagem sobre esses instrumentos que são descasados e que podem levar às empresas a um nível de alavancagem comprometedor em momentos de crise.

O executivo citou ainda a possibilidade de algumas companhias estarem na situação de over-hedging, o que pode significar um dado positivo para a geração de caixa das empresas.

"Quando o dólar está em R$ 4,24 e cai para R$ 3,99, percebe-se que o mercado tem banda um pouco de excesso de preocupação de alguns que não está ligado aos fundamentos", disse o executivo.

Questionado sobre se o Banco Central demorou para agir no câmbio, o presidente do Bradesco disse que o órgão "tem bala na agulha", tem discurso e pode interferir para evitar exageros.

"Eu não teria condições de avaliar se o BC demorou demais, mas o que ficou claro nos dias de hoje é que o Banco Central tem condições e flexibilidade para interferir quando o mercado exagerar", respondeu o executivo.

Bancos

A valorização do dólar sobre o real é neutra para os balanços dos bancos, de acordo com o presidente do Bradesco. "Temos um balanço em reais e o patrimônio que temos lá fora tem hedge interno. O dólar mais alto não afeta porque não somos uma empresa estrangeira no Brasil. Não afeta nada. É neutro."

Trabuco afirmou ainda que o câmbio mudou de patamar por alguns movimentos de insegurança. "É evidente que tem uma crise política, uma crise financeira e quando as duas se conjugam, a situação sempre fica mais tensa, cria uma certa aversão ao risco", acrescentou ele.

A valorização do dólar não tende a impactar a inflação no Brasil no futuro, na opinião do presidente do Bradesco. Isso ocorre, segundo ele, quando há um câmbio exagerado, não, no patamar atual.

Segundo ele, o dólar acima de R$ 3,50 provoca um movimento de substituição das importações. "Isso lá para frente é um direcional bom", concluiu Trabuco.

Acompanhe tudo sobre:BancosBradescoCâmbioDólarEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasMoedas

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame