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Igualdade entre sexos favorece os negócios, diz Inga Beale

"Os setores com maior diversidade a nível de direção e conselhos administrativos têm melhores resultados", disse diretora da Lloyd's, em Davos.

Inga Baele diretora da Lloyd's of London (REUTERS/Ruben Sprich)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2015 às 15h36.

Davos - Ela se chama Inga Beale, e é a primeira mulher a dirigir a Lloyd's of London, uma seguradora com 325 anos de história. Sua participação em Davos , um fórum onde impera a presença masculina, é muito significativa.

Em entrevista à AFP durante o Fórum Econômico Mundial, ela explicou que a paridade entre mulheres e homens não se trata apenas de uma questão de justiça social, mas também de prosperidade econômica.

"Os setores com maior diversidade a nível de direção e conselhos administrativos têm melhores resultados", afirma Inga Beale, que em 2013 se tornou a primeira mulher a dirigir a Lloyd's, monumento do mundo dos seguros.

"Há toda uma população que devemos aproveitar. Os economistas têm estudado essa população deixada de lado, e estimam que o PIB dos Estados Unidos aumentaria 5% se tal população tivesse um emprego. Em outros países, o aumento seria até maior", diz.

Segundo ela, o mercado de seguros em Londres "está completamente desconectado", inclusive quando se trata do ambiente fortemente masculino dos alto quadros administrativos, que contam apenas com 4% de mulheres em cargos executivos.

"Quando fui eleita conselheira delegada, eu tinha provavelmente todas as qualidades necessárias: a experiência internacional, sempre no setor, ter dirigido empresas...", conta Beale, que entrou para o mundo dos seguros em 1982 e já dirigiu grandes companhias do setor.

Mas enquanto mulher, "é preciso ser muito decidida, e ser capaz de ignorar algumas coisas que ocorrem para seguir adiante".

"Houve momentos em que me perguntei: 'devo meu reconhecimento ao meu trabalho, ou a minha visibilidade como mulher?'", confessou.

As mulheres representam apenas 17% dos 2.500 líderes que se reúnem todos os anos na estação alpina de Davos, na Suíça, para fazer contatos e negócios e falar das grandes questões do mundo.

O número tem aumentado com regularidade, mas a cada ano gera críticas.

Nesta 45ª edição, foi organizado pela primeira vez o debate "Os dividendos da diversidade", onde foram abordadas não só as consequências da baixa taxa de emprego das mulheres, mas também o espaço de homossexuais e pessoas transgênero no mundo dos negócios.

Para Inga Beale, o cenário em Davos "reflete o que ocorre no mundo dos negócios".

Num encontro que só poderia ocorrer em Davos, a atriz Emma Watson, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o presidente ruandês, Paul Kagame, e o conselheiro delegado da Unilever Paul Polman lançaram nesta sexta-feira uma nova iniciativa para a promoção de emprego entre as mulheres.

Na Lloyd's, Beale lançou uma campanha para favorecer a diversidade. A companhia está crescendo rapidamente na China, América Latina e África, e "a melhor maneira de fazer isso bem é entendendo sua cultura, e contratando gente diferente", disse.

Mas o maior desafio é o que ela chama de discriminação "inconsciente", e que funciona em todos os sentidos.

"Durante minha carreira me lembro de estar à frente de uma equipe majoritariamente feminina", conta.

"Eu não havia decidido contratar mulheres. Era inconsciente, mas talvez a gente acabe contratando pessoas que parecem conosco. Quando me dei conta disso, há vinte anos, pensei: caramba! Tenho que contratar de forma consciente pessoas que não sejam como eu".

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Davos - Ela se chama Inga Beale, e é a primeira mulher a dirigir a Lloyd's of London, uma seguradora com 325 anos de história. Sua participação em Davos , um fórum onde impera a presença masculina, é muito significativa.

Em entrevista à AFP durante o Fórum Econômico Mundial, ela explicou que a paridade entre mulheres e homens não se trata apenas de uma questão de justiça social, mas também de prosperidade econômica.

"Os setores com maior diversidade a nível de direção e conselhos administrativos têm melhores resultados", afirma Inga Beale, que em 2013 se tornou a primeira mulher a dirigir a Lloyd's, monumento do mundo dos seguros.

"Há toda uma população que devemos aproveitar. Os economistas têm estudado essa população deixada de lado, e estimam que o PIB dos Estados Unidos aumentaria 5% se tal população tivesse um emprego. Em outros países, o aumento seria até maior", diz.

Segundo ela, o mercado de seguros em Londres "está completamente desconectado", inclusive quando se trata do ambiente fortemente masculino dos alto quadros administrativos, que contam apenas com 4% de mulheres em cargos executivos.

"Quando fui eleita conselheira delegada, eu tinha provavelmente todas as qualidades necessárias: a experiência internacional, sempre no setor, ter dirigido empresas...", conta Beale, que entrou para o mundo dos seguros em 1982 e já dirigiu grandes companhias do setor.

Mas enquanto mulher, "é preciso ser muito decidida, e ser capaz de ignorar algumas coisas que ocorrem para seguir adiante".

"Houve momentos em que me perguntei: 'devo meu reconhecimento ao meu trabalho, ou a minha visibilidade como mulher?'", confessou.

As mulheres representam apenas 17% dos 2.500 líderes que se reúnem todos os anos na estação alpina de Davos, na Suíça, para fazer contatos e negócios e falar das grandes questões do mundo.

O número tem aumentado com regularidade, mas a cada ano gera críticas.

Nesta 45ª edição, foi organizado pela primeira vez o debate "Os dividendos da diversidade", onde foram abordadas não só as consequências da baixa taxa de emprego das mulheres, mas também o espaço de homossexuais e pessoas transgênero no mundo dos negócios.

Para Inga Beale, o cenário em Davos "reflete o que ocorre no mundo dos negócios".

Num encontro que só poderia ocorrer em Davos, a atriz Emma Watson, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o presidente ruandês, Paul Kagame, e o conselheiro delegado da Unilever Paul Polman lançaram nesta sexta-feira uma nova iniciativa para a promoção de emprego entre as mulheres.

Na Lloyd's, Beale lançou uma campanha para favorecer a diversidade. A companhia está crescendo rapidamente na China, América Latina e África, e "a melhor maneira de fazer isso bem é entendendo sua cultura, e contratando gente diferente", disse.

Mas o maior desafio é o que ela chama de discriminação "inconsciente", e que funciona em todos os sentidos.

"Durante minha carreira me lembro de estar à frente de uma equipe majoritariamente feminina", conta.

"Eu não havia decidido contratar mulheres. Era inconsciente, mas talvez a gente acabe contratando pessoas que parecem conosco. Quando me dei conta disso, há vinte anos, pensei: caramba! Tenho que contratar de forma consciente pessoas que não sejam como eu".

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