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IBGE: Setor de serviços tem forte queda e registra pior julho desde 2011

Queda destaca a pressão das incertezas econômicas e políticas sobre a atividade econômica a pouco tempo da eleição presidencial de outubro

Volume do setor de serviços do Brasil caiu 2,2 por cento em julho em relação a junho (Sascha Schuermann/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 14 de setembro de 2018 às 09h36.

Última atualização em 14 de setembro de 2018 às 10h24.

Rio de Janeiro/São Paulo - A atividade de serviços no Brasil encolheu em julho, no resultado mais fraco para o mês desde 2011 e bem pior do que o esperado, destacando a pressão das incertezas econômicas e políticas sobre a atividade econômica a pouco tempo da eleição presidencial de outubro.

Em julho a atividade de serviços caiu 2,2 por cento na comparação com junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

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Esse foi o resultado mais fraco para o mês na série iniciada em 2011, e ficou bem aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de aumento de 0,4 por cento na comparação mensal.

"A conjuntura política e econômico e o mercado de trabalho são limitadores do setor de serviços em 2018", resumiu o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

O IBGE ainda revisou para baixo o dado de junho, de alta de 6,6 para 4,8 por cento, destacando a inconstância da atividade neste ano após recuo de 3,4 por cento em maio, na sequência da greve dos caminhoneiros.

Em relação ao mesmo mês de 2017, houve queda de 0,3 por cento no setor de serviços em julho, também frustrando a projeção na pesquisa, de aumento de 1,3 por cento.

O IBGE informou que no mês de julho quatro das cinco atividades investigadas apresentaram contração, com destaque para o recuo de 4,0 por cento para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio.

Serviços de informação e comunicação apresentaram queda de 2,2 por cento no volume, serviços profissionais, administrativos e complementares caíram 1,1 por cento e outros serviços recuaram 3,2 por cento.

Somente os serviços prestados às famílias cresceram, a uma taxa de 3,1 por cento sobre o mês anterior.

"O que houve foi uma queda de prestação de serviços para empresas. Com essa conjuntura econômica e as incertezas políticas, as empresas estão segurando os investimentos e as famílias estão em compasso de espera. Os consumidores também, até porque o mercado de trabalho continua complicado", completou Lobo.

A melhora nas expectativas dos empresários para os próximos meses aponta recuperação moderada na atividade nos próximos meses de acordo com o Índice da Confiança de Serviços de agosto apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Entretanto, apesar de a inflação permanecer em patamares baixos, a atividade econômica no Brasil continua mostrando dificuldades em engrenar um ritmo mais forte, em meio ao desemprego ainda alto e às incertezas a poucos meses da eleição presidencial de outubro.

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