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Haddad: PIB surpreendeu, mas foi afetado pela alta taxa de juro; projeção para 2024 é de 2,5%

Ministro projeta crescimento acima de 3% neste ano e na faixa de 2,5% em 2024

(Leandro Fonseca/Exame)
Luciano Pádua

Editor de Macroeconomia

Publicado em 5 de dezembro de 2023 às 11h29.

Última atualização em 5 de dezembro de 2023 às 12h09.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avalia que a variação de 0,1% do produto interno bruto (PIB) no terceiro trimestre surpreendeu. Ele projeta um crescimento acima de 3% neste ano e na faixa de 2,5% em 2024.

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Mas deixou seu recado claro: "Quero alertar para o seguinte: a taxa de juro real no Brasil atingiu o seu patamar mais alto em meados de junho. Então, foi o pior momento da taxa de juro em termos reais", afirmou em entrevista a jornalistas durante a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. "O BC começou a cortar a taxa somente em agosto. Tivemos um PIB positivo, mas fraco. Com os cortes na Selic, esperamos que esse ano fechemos o PIB em mais de 3% de crescimento e um crescimento na faixa de 2,5% no ano que vem."

Para Haddad, o Banco Central precisa fazer o "trabalho dele", repercutindo as já repisadas críticas do Executivo e do governo de Luiz Inácio Lula da Silva à taxa de juro.

Próxima reunião do Copom

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontece na próxima semana, entre os dias 12 e 13. No início de novembro, o comitê reduziu os juros em 0,5 ponto percentual, para 12,25% ao ano. Foi a terceira queda consecutiva da Selicamplamente esperada pelo mercado. Os diretores do Banco Central (BC) tomaram a decisão após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizar que o governo deve abandonar a meta de zerar o déficit público em 2024, o que pode frear a queda de juros.

Em ata, a autoridade monetária mandou um recado claro para o governo sobre o aumento da incerteza fiscal com o debate sobre a mudança da meta de zerar o déficit público.Os diretores do Banco Central (BC) afirmaram que o objetivo a ser perseguido pelo Ministério da Fazenda é importante para ancoragem das expectativas de inflação é para a queda de juros.

"O Comitê vinha avaliando que a incerteza fiscal se detinha sobre a execução das metas que haviam sido apresentadas, mas nota que, no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco. Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas", informou o BC, na ata.

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