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Haddad evita comentários sobre o Copom e diz que decisão “atrasada” do FED trará ventos favoráveis

Segundo o ministro da Fazenda, redução de juros pelo FED é ótima para o Brasil e aumenta responsabilidade do governo de perseguir o ajuste das contas públicas

Fernando Haddad: ministro da Fazenda afirmou que o FED deve entrar em uma trajetória de cortes e isso "será duradouro". (Diogo Zacarias/MF/Divulgação)
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 20h07.

Última atualização em 18 de setembro de 2024 às 20h07.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 18, que aguardará a divulgação da alta da reunião do Comitê de Política Monetária ( Copom ) para comentar sobre a alta de juros de 0,25 ponto percentual, que levou a Selic para 10,75% ao ano. Apesar disso, ele sinalizou que a redução da taxa pelo Federal Reserve (FED) será positiva para o Brasil.

Segundo Haddad, a decisão de reduzir os juros nos Estados Unidos “veio um pouco atrasada”, era esperada para junho, mas foi adiada diante de turbulências nos mercados que ocorreram no início do ano.

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“Penso que [o FED] deve entrar em uma trajetória de cortes e isso será duradouro. Não acredito em 2025 e 2026 nós tenhamos surpresas. O que é ótimo para o Brasil e para o mundo porque isso dá um alívio doméstico grande e nos coloca uma responsabilidade de continuar a fazer o trabalho de arrumação da casa para colher os frutos desses ventos favoráveis”, disse Haddad.

BC deixa porta aberta para acelerar ritmo de alta dos juros

Como mostrou a EXAME, os membros do Copom deixaram a porta aberta para acelerar o ritmo de alta de juros para 0,5 ponto percentual.Essa possibilidade existe diante dos alertas feitos pelos diretores do Banco Central ( BC ) quanto aos riscos para o aumento da inflação no horizonte revalente de 12 a 18 meses à frentre.

A projeção do Copom para a inflação no primeiro trimestre de 2026 subiu de 3,4% para 3,7%. A meta perseguida pelo BC é de 3%. Com a inflação fora da meta, os juros tendem a subir.

Além disso, os diretores do BC afirmaram que o balanço de riscos para a inflação tem uma " assimetria altista ". Significa dizer que os membros do Copom temem que o risco maior é  de eleveção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e não o contrário.

Três riscos majoritários foram apontados pelo Copom para a alta da inflação:

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