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Guedes: Selic baixa fará gasto com dívida pública cair R$ 96 bi em 2020

Em outubro, a despesa do governo com juros da dívida somou R$ 349,2 bilhões nos últimos 12 meses, equivalente a 4,96% do PIB

Paulo Guedes: "Com a desaceleração da dívida e com a queda dos juros dessa dívida, mudamos o "mix" de política monetária e fiscal" (Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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Agência O Globo

Publicado em 6 de dezembro de 2019 às 14h56.

Última atualização em 6 de dezembro de 2019 às 14h59.

Rio de Janeiro — A redução dos juros levará a uma economia de R$ 96 bilhões no custeio da dívida pública, afirmou, nesta sexta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes . Segundo ele, os cálculos são do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, e refletem não apenas os cortes da taxa básica, a Selic, mas o recuo das taxas futuras após a aprovação da reforma da Previdência e a devolução de recursos pelo BNDES.

"Com a desaceleração da dívida e com a queda dos juros dessa dívida, mudamos o "mix" de política monetária e fiscal. Para o ano que vem, contas do Mansueto de duas semanas atrás, as despesas de juros vão cair R$ 96 bilhões. São três Bolsas Família. Recursos que estavam aí, como eu sempre digo, no paraíso dos rentistas", disse Guedes, em evento na sede do BNDES sobre saneamento básico.

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Em outubro, a despesa do governo com juros da dívida somou R$ 349,2 bilhões em últimos 12 meses, equivalente a 4,96% do PIB. Foi o menor nível em cinco anos, segundo o Banco Central, mesmo com um salto de 70% no tamanho da dívida bruta no período. Segundo Guedes, a reforma da Previdência "derrubou a torre dos privilégios" e derrubou as taxas de juros futuros de longo prazo:

"Os juros curtos já estão na eminência de cair de novo. No governo anterior, os juros longos não caíram porque não houve reforma da Previdência", disse Guedes, sem mencionar, porém, a decepção de analistas e economistas com a reforma da Previdência dos militares.

Em seu discurso, Guedes repetiu críticas que costuma fazer, como ao aumento dos gastos públicos nos governos anteriores, à política de "campeões nacionais" do BNDES nos governo Lula e Dilma — que chamou de "gigantesca e perversa máquina de transferência de renda", citando nominalmente a JBS — e aos impostos sobre folha de pagamento ("armas de destruição em massa de empregos").

"É um absurdo botar dinheiro para um ou dois países aí que são parceiros ideológicos... É obscurantismo", criticou o ministro, referindo-se à política de financiamento à exportação de serviços de engenharia por empreiteiras brasileiras em países como Venezuela e Cuba nos governos do PT. De acordo com Guedes, os gastos públicos não vão crescer porque "o que é ruim não cresce."

"Não vamos destruir nada do que está feito, não vamos cortar. Vamos gastar menos e melhor. A boa notícia é que os investimentos estão crescendo 2%, e o Brasil só vai crescer se investir mais", acrescentou.

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