Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

Guedes recomenda veto parcial a Orçamento; Lira discorda

Guedes alertou que o presidente Jair Bolsonaro corre o risco de um processo de impeachment. A interlocutores, Lira diz que Guedes quer fazer "terrorismo"

Modo escuro

Orçamento 2021: governo terá que negociar com Congresso (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Orçamento 2021: governo terá que negociar com Congresso (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

E
Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de abril de 2021 às, 07h56.

Última atualização em 1 de abril de 2021 às, 07h56.

O Orçamento de 2021 emparedou o presidente Jair Bolsonaro. De um lado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, que recomendou veto parcial ao projeto aprovado com o alerta de que o presidente Jair Bolsonaro corre o risco de um processo de impeachment. Do outro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que não quer o veto e não vê motivos para a abertura de um processo de afastamento do presidente tendo como base o Orçamento.

A interlocutores, Lira diz que Guedes quer fazer "terrorismo". Como é o presidente da Câmara o responsável por abrir um processo de impeachment, Lira afirma que um novo pedido com base nas mudanças feitas pelos parlamentares na lei orçamentária seria "apenas mais um na gaveta".

"Guedes não tem interlocução com o Congresso. Ele vai brigar com quem o apoia? Aí fica difícil", disse Lira a interlocutores.

Na quarta-feira, 31, Lira e Guedes estiveram reunidos no Planalto com a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e o senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator do Orçamento.

Bittar comunicou formalmente ao presidente que, após a sanção do texto, vai cancelar R$ 10 bilhões em emendas como forma de resolver o impasse. O cancelamento nas emendas permite ao governo direcionar recursos a despesas obrigatórias que foram subestimadas no Orçamento, como Previdência e seguro-desemprego. Para aumentar as emendas, o senador cortou R$ 26,5 bilhões em despesas obrigatórias.

Bittar disse que a decisão de cancelar parte das emendas foi tomada após reflexões entre lideranças e as presidências da Câmara e do Senado. Para Lira, o cancelamento já resolve o impasse. Não é o que acha a equipe econômica. O mercado financeiro também reagiu negativamente ao valor. Guedes não aceita esse valor e recomendou que o presidente não sancione o Orçamento alegando o risco de irresponsabilidade fiscal.

A consultoria da Câmara apontou insuficiência de R$ 32,7 bilhões após as alterações e omissões de despesas obrigatórias no projeto aprovado pelo Congresso. O parecer dos auditores já está na mão de parlamentares que requisitaram uma análise técnica dos consultores para basearem suas posições sobre o Orçamento aprovado na semana passada.

Para cumprir as despesas com benefícios previdenciários, o governo terá de encaminhar um novo projeto de lei para abrir crédito suplementar no Orçamento. O cancelamento de emendas, porém, só pode ser feito com aval dos autores dessas indicações, ou seja, os próprios parlamentares. Sem essa autorização prévia do Congresso, o governo só pode cancelar despesas sob o guarda-chuva do próprio Executivo.

 

Últimas Notícias

ver mais
China deve acelerar incentivos para industrialização e recuperação econômica
Economia

China deve acelerar incentivos para industrialização e recuperação econômica

Há 16 horas
Copom reduz juros para 12,75% ao ano e sinaliza novo corte de 0,5 ponto percentual
Economia

Copom reduz juros para 12,75% ao ano e sinaliza novo corte de 0,5 ponto percentual

Há 17 horas
Não há previsão para o fim da isenção para compras internacionais de até US$ 50, afirma Durigan
Economia

Não há previsão para o fim da isenção para compras internacionais de até US$ 50, afirma Durigan

Há 20 horas
Realismo de Haddad surpreende positivamente investidores em Nova York
Economia

Realismo de Haddad surpreende positivamente investidores em Nova York

Há 22 horas
icon

Branded contents

ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

leia mais