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Governo quer abrir crédito para setores por crescimento

O governo Dilma quer abrir linhas de financiamento para setores econômicos específicos que possam ajudar a impulsionar o emprego e reaquecer a economia

A presidente Dilma Rousseff: parte dessa estratégia para tentar reverter o quadro de recessão que o país enfrenta desde o ano passado deverá ser apresentada pelo ministro da Fazenda (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2016 às 21h30.

Brasília - O governo da presidente Dilma Rousseff quer abrir linhas de financiamento para setores econômicos específicos que possam ajudar a impulsionar o emprego e reaquecer a economia , sem impacto inflacionário, disseram à Reuters três fontes do governo.

Parte dessa estratégia para tentar reverter o quadro de recessão que o país enfrenta desde o ano passado deverá ser apresentada pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, na quinta-feira da próxima semana.

Preocupado em não passar a imagem de que o governo virá com soluções milagrosas ou com um pacotão de medidas econômicas, fontes do Palácio do Planalto reforçam que será apresentado ao Conselho uma “estratégia”, buscando o reequilíbrio fiscal, a retomada do crescimento e controle da inflação.

“Aquecer a economia e controlar a inflação são coisas que podem ser antagônicas. O governo precisa ter uma estratégia para conciliar as duas coisas”, disse uma das fontes do Planalto. A presidente Dilma tem repetido que o governo vai adotar uma política econômica visando os três eixos --reequilíbrio fiscal, crescimento e controle da inflação.

O governo entende, segundo uma das fontes, que não pode retomar estratégia de insuflar o consumo com a inflação a 10 por cento, mesmo em um cenário de retração da demanda. A estratégia desenhada até agora é investir, mesmo que sem crédito subsidiado, em áreas que não dependam do mercado interno e possam gerar empregos.

Na mira do governo estão as concessões programadas para este ano de portos, aeroportos, ferrovias e estradas programadas; as obras de infraestrutura, dentro das limitações orçamentárias do governo; o incentivo a pequenas e médias empresas, que geram emprego; e a exportação.

Na semana passada, Dilma reuniu Barbosa e os ministros Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Mauro Vieira (Relações Exteriores), e Kátia Abreu (Agricultura) para discutir políticas para a área de comércio exterior. De acordo com uma das fontes do governo, Dilma está convencida que as exportações podem ser uma das principais alavancas para a retomada do crescimento.

O governo estuda um fundo com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com financiamento corrigidos pela taxa de juros de longo prazo (TJLP), para empresas que começarem a exportar, especialmente as pequenas e médias. Segundo uma fonte, seria um financiamento “de embarque”, para que as empresas possam se preparar para exportar, comprar matéria-prima, produzir e segurar seu capital de giro até começar a receber do exterior.

O formato ainda está em estudo pelo BNDES, e não deve ser anunciado como programa durante a reunião do Conselhão, mas as exportações farão parte da pauta. Além do financiamento, o governo trabalha com a intenção de acelerar a ampliação de acordos econômicos com o México, Peru e Colômbia e iniciar outras negociações, além de medidas para desburocratizar o processo de exportação.

NOVO CONSELHO

Criado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Conselhão tem a intenção de reunir governo, empresários, trabalhadores e outros setores da sociedade civil para discutir políticas para o país.

Nos dois primeiros mandatos de Lula, o grupo se reunia com frequência e teve como diretores o ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e o atual ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. Nos governos de Dilma, foi vinculado à Casa Civil e perdeu espaço. Sua última reunião foi em junho de 2014. Agora, em meio à recessão e à crise política, o Palácio do Planalto decidiu que a reativação do grupo pode ajudar o governo a encontrar saídas e angariar apoio para medidas pouco palatáveis, como a recriação da CPMF.

Desde a semana passada, o governo faz convites para novos membros – alguns dos antigos tiveram que ser substituídos, como o presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o pecuarista José Carlos Bumlai, ambos presos na operação Lava Jato.

Entre os nomes já definidos de empresários e que já faziam parte do grupo estão Roberto Setubal, do Itaú; Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco; Abílio Diniz, da BRF; Luiza Trajano, do Magazine Luiza; Murilo Ferreira, da Vale; e Benjamin Steinbruch da CSN. Na lista de novos convidados estão, entre outros, José Félix, da América Móvil; Sérgio Galindo, da Brascon, Synésio Batista da Costa, da Abrinq; Décio da Silva, da WEG; Cláudia Sender, da TAM; Jorge Paulo Lemann, da Ambev; e Josué Gomes da Silva, da Coteminas. Na tarde desta quinta-feira, o próprio Jaques Wagner confirmou em sua conta no Twitter que convidou o ator Wagner Moura para ser um dos representantes da sociedade civil no órgão.

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Brasília - O governo da presidente Dilma Rousseff quer abrir linhas de financiamento para setores econômicos específicos que possam ajudar a impulsionar o emprego e reaquecer a economia , sem impacto inflacionário, disseram à Reuters três fontes do governo.

Parte dessa estratégia para tentar reverter o quadro de recessão que o país enfrenta desde o ano passado deverá ser apresentada pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, na quinta-feira da próxima semana.

Preocupado em não passar a imagem de que o governo virá com soluções milagrosas ou com um pacotão de medidas econômicas, fontes do Palácio do Planalto reforçam que será apresentado ao Conselho uma “estratégia”, buscando o reequilíbrio fiscal, a retomada do crescimento e controle da inflação.

“Aquecer a economia e controlar a inflação são coisas que podem ser antagônicas. O governo precisa ter uma estratégia para conciliar as duas coisas”, disse uma das fontes do Planalto. A presidente Dilma tem repetido que o governo vai adotar uma política econômica visando os três eixos --reequilíbrio fiscal, crescimento e controle da inflação.

O governo entende, segundo uma das fontes, que não pode retomar estratégia de insuflar o consumo com a inflação a 10 por cento, mesmo em um cenário de retração da demanda. A estratégia desenhada até agora é investir, mesmo que sem crédito subsidiado, em áreas que não dependam do mercado interno e possam gerar empregos.

Na mira do governo estão as concessões programadas para este ano de portos, aeroportos, ferrovias e estradas programadas; as obras de infraestrutura, dentro das limitações orçamentárias do governo; o incentivo a pequenas e médias empresas, que geram emprego; e a exportação.

Na semana passada, Dilma reuniu Barbosa e os ministros Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Mauro Vieira (Relações Exteriores), e Kátia Abreu (Agricultura) para discutir políticas para a área de comércio exterior. De acordo com uma das fontes do governo, Dilma está convencida que as exportações podem ser uma das principais alavancas para a retomada do crescimento.

O governo estuda um fundo com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com financiamento corrigidos pela taxa de juros de longo prazo (TJLP), para empresas que começarem a exportar, especialmente as pequenas e médias. Segundo uma fonte, seria um financiamento “de embarque”, para que as empresas possam se preparar para exportar, comprar matéria-prima, produzir e segurar seu capital de giro até começar a receber do exterior.

O formato ainda está em estudo pelo BNDES, e não deve ser anunciado como programa durante a reunião do Conselhão, mas as exportações farão parte da pauta. Além do financiamento, o governo trabalha com a intenção de acelerar a ampliação de acordos econômicos com o México, Peru e Colômbia e iniciar outras negociações, além de medidas para desburocratizar o processo de exportação.

NOVO CONSELHO

Criado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Conselhão tem a intenção de reunir governo, empresários, trabalhadores e outros setores da sociedade civil para discutir políticas para o país.

Nos dois primeiros mandatos de Lula, o grupo se reunia com frequência e teve como diretores o ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e o atual ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. Nos governos de Dilma, foi vinculado à Casa Civil e perdeu espaço. Sua última reunião foi em junho de 2014. Agora, em meio à recessão e à crise política, o Palácio do Planalto decidiu que a reativação do grupo pode ajudar o governo a encontrar saídas e angariar apoio para medidas pouco palatáveis, como a recriação da CPMF.

Desde a semana passada, o governo faz convites para novos membros – alguns dos antigos tiveram que ser substituídos, como o presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o pecuarista José Carlos Bumlai, ambos presos na operação Lava Jato.

Entre os nomes já definidos de empresários e que já faziam parte do grupo estão Roberto Setubal, do Itaú; Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco; Abílio Diniz, da BRF; Luiza Trajano, do Magazine Luiza; Murilo Ferreira, da Vale; e Benjamin Steinbruch da CSN. Na lista de novos convidados estão, entre outros, José Félix, da América Móvil; Sérgio Galindo, da Brascon, Synésio Batista da Costa, da Abrinq; Décio da Silva, da WEG; Cláudia Sender, da TAM; Jorge Paulo Lemann, da Ambev; e Josué Gomes da Silva, da Coteminas. Na tarde desta quinta-feira, o próprio Jaques Wagner confirmou em sua conta no Twitter que convidou o ator Wagner Moura para ser um dos representantes da sociedade civil no órgão.

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