Dilma contra a recessão: "Se a economia continuar caindo no ritmo que ela vinha caindo até agora pode ser que as receitas se frustrem", alertou o economista (Reprodução/Youtube)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2015 às 15h15.
São Paulo - O governo mostrou na terça-feira, 15, ao anunciar o pacote fiscal de cerca de R$ 70 bilhões composto de cortes de gastos e aumento de impostos, que está disposto a enfrentar o desafio do ajuste fiscal, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o economista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Luís Oureiro.
"Eu acho que o governo está mostrando que está disposto a enfrentar o desafio do ajuste fiscal.
Se vai ser suficiente ou não, depende de outras variáveis que não dependem do controle do governo", disse Oureiro, citando como exemplo a volta da Contribuição Provisória sobre Operações Financeiras (CPMF) com alíquota de 0,2% que depende do Congresso.
Além disso, de acordo com o professor da UFRJ, parte do acréscimo de receita vai depender do comportamento a economia.
"Quer dizer, se a economia continuar caindo no ritmo que ela vinha caindo até agora pode ser que as receitas se frustrem", alertou o economista.
Ele diz achar que no momento a batalha das expectativas está centrada em um ponto, que é reverter a situação de déficit primário para uma situação de déficit primário.
Perguntado se com o elevado nível da taxa Selic (14,25% ao ano) o governo não continuaria a registrar déficits nominais a despeito de as medidas anunciadas ontem contribuírem para a realização de superávits primários, Oureiro disse que o déficit nominal negativo está dado e que vai continuar por muitos anos.
Isso porque, explicou o economista, não depende apenas de superávit primário, mas de pagamento de juros sobre a dívida pública que por sua vez depende de duas coisas: taxa de juros e operações de swap cambial.
"Dos 8% do PIB (Produto Interno Bruto) que vamos pagar nesse ano sobre a dívida por conta da taxa de juros, 1,2 ponto porcentual vem do custo com as operações de swaps cambiais", disse.
Por conta desta dinâmica, Oreiro diz ser favorável a que o Banco Central pare de intervir no câmbio, deixando-o ir para onde for porque as operações de swap cambial são muito caras.