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Governo age certo, mas incerteza política atrapalha, diz S&P

Economista da Standard & Poor's avalia que governo interino de Temer está tomando as medidas certas, mas que a incerteza política atrapalha os resultados

Standard & Poor's: para economista, resultados das medidas econômicas vão demorar a aparecer (Brendan McDermid/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2016 às 16h40.

São Paulo - O economista-chefe da Standard & Poor's (S&P) para a América Latina, Joaquin Cottani, afirmou que o governo do presidente em exercício, Michel Temer , está "fazendo o certo", mas que leva algum tempo para que os resultados apareçam.

Além disso, segundo ele, as incertezas políticas atrapalham a tomada de medidas e a apresentação de resultados.

"Vejo que o Brasil precisa melhorar sua competitividade, diminuir o déficit fiscal, ter educação e saúde melhor, aumentar investimentos em infraestrutura. As mudanças podem e devem ser feitas da noite para o dia, mas há de se esperar, no mínimo, um ano pelo resultado", afirmou.

Ele ressaltou que, quando o ambiente macroeconômico não está bem ajustado, demora mais para se obter resultados.

"Uma crise facilita tomada de decisões, ações de mudanças. Mas aqui sabemos que as decisões estão nas mãos do Congresso, cujos políticos são demorados a aceitar acordos, porque protegem seus interesses. No Brasil, os deputados federais não estão numa situação boa e os tecnocratas nunca produzem revoluções econômicas. São os políticos que decidem tudo", explicou.

Ele elogiou a PEC do teto do gasto público, afirmando que, dessa maneira, a dívida pública vai cair ao longo do tempo.

"Mas ressaltou que o resultado leva tempo e ainda tem a questão da incerteza política no Brasil", disse Cottani, que participa nesta quinta-feira, 16, do "Brazil Business Day", evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela International Chamber of Commerce (ICC)).

Mercosul

Cottani disse "ter fé" que o ministro das Relações Exteriores (MRE), José Serra, "poderá reinventar o Mercosul". "O bloco deveria ser área de livre comércio e não de mercado comum", afirmou.

Segundo Cottani, o Brasil precisa melhorar ainda mais o câmbio para avançar nas exportações. "Você pode usar o câmbio para facilitar a busca de soluções dos problemas estruturais que o País tem. Mas não será toda a solução", ponderou.

Cottani acredita que o superávit comercial brasileiro está elevado porque há queda representativa das importações, além de alguma melhora da demanda global.

"Mas as exportações no Brasil ainda estão estagnadas. O País precisa melhorar mais o câmbio para aumentar as vendas externas", disse.

Para a retomada do crescimento econômico, os juros brasileiros deveriam ser cortados até chegarem a 10% ao ano, ele diz. Entre as soluções propostas por Cottani para a situação econômica nacional também estão ajustes no câmbio e nos compulsórios.

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Além disso, segundo ele, as incertezas políticas atrapalham a tomada de medidas e a apresentação de resultados.

"Vejo que o Brasil precisa melhorar sua competitividade, diminuir o déficit fiscal, ter educação e saúde melhor, aumentar investimentos em infraestrutura. As mudanças podem e devem ser feitas da noite para o dia, mas há de se esperar, no mínimo, um ano pelo resultado", afirmou.

Ele ressaltou que, quando o ambiente macroeconômico não está bem ajustado, demora mais para se obter resultados.

"Uma crise facilita tomada de decisões, ações de mudanças. Mas aqui sabemos que as decisões estão nas mãos do Congresso, cujos políticos são demorados a aceitar acordos, porque protegem seus interesses. No Brasil, os deputados federais não estão numa situação boa e os tecnocratas nunca produzem revoluções econômicas. São os políticos que decidem tudo", explicou.

Ele elogiou a PEC do teto do gasto público, afirmando que, dessa maneira, a dívida pública vai cair ao longo do tempo.

"Mas ressaltou que o resultado leva tempo e ainda tem a questão da incerteza política no Brasil", disse Cottani, que participa nesta quinta-feira, 16, do "Brazil Business Day", evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela International Chamber of Commerce (ICC)).

Mercosul

Cottani disse "ter fé" que o ministro das Relações Exteriores (MRE), José Serra, "poderá reinventar o Mercosul". "O bloco deveria ser área de livre comércio e não de mercado comum", afirmou.

Segundo Cottani, o Brasil precisa melhorar ainda mais o câmbio para avançar nas exportações. "Você pode usar o câmbio para facilitar a busca de soluções dos problemas estruturais que o País tem. Mas não será toda a solução", ponderou.

Cottani acredita que o superávit comercial brasileiro está elevado porque há queda representativa das importações, além de alguma melhora da demanda global.

"Mas as exportações no Brasil ainda estão estagnadas. O País precisa melhorar mais o câmbio para aumentar as vendas externas", disse.

Para a retomada do crescimento econômico, os juros brasileiros deveriam ser cortados até chegarem a 10% ao ano, ele diz. Entre as soluções propostas por Cottani para a situação econômica nacional também estão ajustes no câmbio e nos compulsórios.

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