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Governo Central tem déficit de R$ 40,989 bilhões, o pior para meses de fevereiro na série

No acumulado dos primeiros dois meses do ano, o Governo Central registrou superávit de R$ 37,768 bilhões, o segundo melhor resultado para o período na série

Governo federal: as contas do Tesouro Nacional ⏤ incluindo o Banco Central ⏤ registraram um déficit primário de R$ 19,943 bilhões em fevereiro (RafaPress/Getty Images)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 30 de março de 2023 às 16h38.

Última atualização em 30 de março de 2023 às 16h45.

As contas do Governo Central registraram déficit primário em fevereiro, conforme divulgação realizada nesta quinta-feira, 30, pelo Tesouro Nacional. No mês passado, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 40,989 bilhões. O resultado sucedeu o superávit de R$ 78,326 bilhões em janeiro.

O saldo⏤que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central ⏤foi o pior desempenho para o mês na série histórica, iniciada em 1997. Em fevereiro de 2022, o resultado havia sido negativo em R$ 20,367 bilhões.

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O resultado do mês passado foi pior do que a mediana das expectativas do mercado financeiro, que apontava um saldo negativo de R$ 35,7 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto com 20 instituições financeiras. O dado de fevereiro ficou dentro do intervalo das estimativas, que eram de déficit de R$ 42,3 bilhões a R$ 21,8 bilhões.

Governo registrou superávit de R$ 37,768 bilhões

No acumulado dos primeiros dois meses do ano, o Governo Central registrou superávit de R$ 37,768 bilhões, o segundo melhor resultado para o período na série, só atrás do primeiro bimestre de 2022. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era positivo em R$ 56,444 bilhões.

Em fevereiro, as receitas tiveram queda real de 12,1% em relação a igual mês do ano passado. No acumulado do ano, houve baixa de 3,3%. Já as despesas caíram 0,9% em fevereiro, já descontada a inflação. No acumulado de 2023, a variação foi positiva em 2,4%.

Em 12 meses até janeiro, o Governo Central apresenta um superávit de R$ 35,9 bilhões. A meta fiscal para 2023 estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) autorizava um déficit de até R$ 65,8 bilhões nas contas do Governo Central.

No entanto, após a aprovação da PEC da Transição, a Lei Orçamentária Anual (LOA) deste ano contemplou um rombo muito maior, de até R$ 228,1 bilhões (2,1% do PIB). A equipe econômica lançou um pacote fiscal em janeiro para tentar atenuar esse resultado negativo e agora espera fechar o ano com um rombo de R$ 107,6 bilhões (1,0%), conforme projeção divulgada no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas deste mês.

Composição

As contas do Tesouro Nacional ⏤incluindo o Banco Central⏤registraram um déficit primário de R$ 19,943 bilhões em fevereiro. No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 75,332 bilhões.

Já o resultado do INSS foi deficitário em R$ 21,046 bilhões no mês passado. Nos primeiros dois meses do ano, o resultado foi negativo em R$ 37,563 bilhões.

As contas apenas do Banco Central tiveram superávit de R$ 83 milhões em fevereiro e saldo positivo de R$ 80 milhões no acumulado de 2023 até o mês passado.

Teto de gastos

As despesas sujeitas ao teto de gastos subiram 8,9% no acumulado do ano até fevereiro na comparação com o mesmo período de 2022, segundo o Tesouro Nacional.

Pela regra do teto, o limite de crescimento das despesas do governo é a variação acumulada da inflação no ano passado. Porém, como o governo não ocupou todo o limite previsto em anos anteriores, na prática há uma margem para expansão de até 18,5%.

As despesas apenas do Poder Executivo variaram 8,8% no período (a margem nesse caso também é de 18,5%).

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