O ministério das Minas e Energia anunciou hoje a intenção de realizar um leilão para venda de sobras de energia das geradoras para os grandes consumidores. A medida auxiliaria na distribuição de 7 500 megawatts. No mesmo dia do leilão ou em data próxima também deverá ocorrer um outro leilão, desta vez para as distribuidoras.

O advogado Antonio Carlos Sodré, especialista no setor elétrico do escritório Demarest & Almeida, recebeu com cautela o anúncio do leilão: É preciso assegurar que as distribuidoras não serão lesadas. Principalmente, é preciso não mudar regras nem romper contratos . Ao anunciar o leilão, a ministra Dilma Rousseff, das Minas e Energia, garantiu que a venda direta das sobras para os grandes consumidores não prejudicará as distribuidoras. Não estamos alterando o preço da energia já contratada, mas incentivando a produção , disse ela. Não se trata de prejudicar contratos já existentes.

O leilão será organizado e realizado pelo Mercado Atacadista de Energia (MAE) pelo sistema de preço descendente: o vendedor fixa o preço máximo e os compradores oferecem lances menores. Também se estabelece um limite mínimo, mantido em sigilo pelos organizadores como forma de evitar uma depreciação no valor da venda. Serão leiloados contratos de seis, 12 e 24 meses. Dilma anunciou as medidas depois de uma reunião com representantes da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace) e da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage).