Gasolina fica barata e importações podem afetar Petrobras
A gasolina voltou a ficar mais barata do que no exterior, o que é ruim para a estatal em eventuais novos negócios de importação de combustíveis
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2015 às 19h39.
Rio de Janeiro - A gasolina voltou a ficar mais barata no Brasil do que no exterior, nesta semana, devido à recente alta dos preços do barril de petróleo no mercado internacional e à permanência do real mais desvalorizado em relação ao dólar, uma situação negativa para a Petrobras em eventuais novos negócios de importação de combustíveis.
O valor médio da gasolina no Brasil está agora mais de 5 por cento inferior ao praticado no exterior, o que não acontecia desde outubro do ano passado.
A volta da defasagem implica em perdas para a Petrobras, que precisa comprar combustível no exterior para completar a produção interna, segundo especialistas.
Cálculos da Tendências Consultoria mostraram que desde o último reajuste dos preços dos combustíveis, em novembro, até terça-feira, a gasolina foi comercializada, em média, 17 por cento mais cara no Brasil do que no mercado externo, algo que beneficiou a petroleira estatal e que favoreceu negócios de importação.
Entretanto, o cenário mudou. Depois de cair de um patamar de mais de 100 dólares por barril, em meados de 2014, para cerca de 43 dólares por barril em março deste ano, o petróleo nos EUA fechou nesta quinta-feira próximo de 60 dólares, encerrando com uma conjuntura que possibilitou até importações de combustíveis por concorrentes da Petrobras.
"Não tem qualquer incentivo na gasolina (para importações) há semanas, e no diesel, o pouco que tinha, morreu na semana passada", disse à Reuters o diretor de Abastecimento do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Luciano Libório.
A Tendências calcula que a gasolina estava 5,8 por cento mais barata no Brasil do que no exterior, na terça-feira, enquanto o diesel ainda estava 3,9 por cento mais caro no país.
No caso do diesel, segundo a consultoria, o combustível está sendo comercializado no país desde novembro por preços médios quase 20 por cento superiores aos internacionais.
O cenário, no entanto, ainda é volátil, ponderou o analista da Tendências Walter de Vitto. Projeções da consultoria mostram que os preços da gasolina e do diesel devem ficar próximos da paridade com o exterior na maior parte deste ano.
"Para este ano, nosso cenário ainda não vê necessidade de um reajuste (de preços de combustíveis)", afirmou Vitto.
A expectativa da Tendências é que os preços do petróleo tipo Brent fiquem próximos a 70 dólares no fim do ano, quando o dólar deverá estar por volta de 3,06 reais.
É PRECISO REAJUSTE?
Mas, para outros especialistas, a necessidade de um reajuste de combustíveis no Brasil pode não estar tão distante.
Para André Perfeito, economista-chefe da corretora Gradual Investimentos, o real vai continuar se desvalorizando e deve chegar a 3,50 reais no fim do ano. Dessa forma, a Petrobras poderia ter de realizar um reajuste mais para frente, caso não queira registrar as perdas dos anos anteriores. Segundo ele, espera-se que o governo dê à Petrobras agora mais liberdade para reajustar preços, como forma de agradar o mercado e resgatar a confiança do país.
"Eles vão ser mais 'market friendly' para... resgatar a credibilidade do país através do próprio resgate da Petrobras, que passou por um momento muito difícil", afirmou Perfeito.
A nova diretoria da Petrobras tem evitado fazer comentários mais detalhados sobre a política de preços de combustíveis no país.
"Se é verdade o que o ministro Levy (Joaquim Levy, da Fazenda) tem dito, que a Petrobras tem autonomia para fixar o preço da gasolina e do diesel, ela (a Petrobras) já deveria estar estudando um aumento", afirmou o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.
O CBIE estimou que a gasolina estava na quarta-feira 7,2 por cento mais barata no Brasil do que no exterior e o diesel 3 por cento mais caro.
"Agora vamos tirar a dúvida daqui para a frente, se o governo vai manter a política dos primeiros quatro anos de Dilma."
Especialistas avaliam que o movimento dos últimos meses (da gasolina e diesel mais caros) permitiu que a Petrobras recuperasse apenas uma pequena parte das perdas bilionárias sofridas pela área de Abastecimento durante cerca de quatro anos até novembro do ano passado, quando a empresa não repassou imediatamente aumentos de preços externos do petróleo aos valores cobrados de consumidores locais.
![Paquistão](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_20626482_h1143654.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
2 /11(Asad Zaidi/Bloomberg)
Posição no ranking de "peso no bolso" | 1º |
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Parcela da renda diária que compra 1 litro | 30,36% |
Preço médio da gasolina/litro: | R$ 2,44 |
![Índia](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_nova-deli-transito-460-jpg.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
3 /11(Getty Images)
Posição no ranking de "peso no bolso" | 2º |
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Parcela da renda diária que compra 1 litro | 29,15% |
Preço médio da gasolina/litro | R$ 2,86 |
![Filipinas](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_manila-filipinas-dondi_tawatao-getty3.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
4 /11(Dondi Tawatao/Getty Images)
Posição no ranking de "peso no bolso" | 3º |
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Parcela da renda diária que compra 1 litro | 14,72% |
Preço médio da gasolina/litro | R$ 2,68 |
![Nigéria](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_lagos2.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
5 /11(Dan Kitwood/Getty Images)
Posição no ranking de "peso no bolso" | 4º |
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Parcela da renda diária que compra 1 litro | 11,83% |
Preço médio da gasolina/litro | R$ 1,33 |
![Bulgária](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_12-_bulgaria2.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
6 /11(Kyle Taylor/Creative Commons)
Posição no ranking de "peso no bolso" | 6° |
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Parcela da renda diária que compra 1 litro | 8,44% |
Preço médio da gasolina/litro | R$ 4,02 |
![Turquia](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_akcakale.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
7 /11(Stringer/Reuters)
Posição no ranking de "peso no bolso" | 7° |
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Parcela da renda diária que compra 1 litro | 8,23% |
Preço médio da gasolina/litro | R$ 5,06 |
![Tailândia](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_cidade1.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
8 /11(Getty Images)
Posição no ranking de "peso no bolso" | 8° |
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Parcela da renda diária que compra 1 litro | 7,89% |
Preço médio da gasolina/litro | R$ 2,67 |
![Romênia](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_22-_romenia2.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
9 /11(Cristian Bortes/Creative Commons)
Posição no ranking de "peso no bolso" | 9° |
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Parcela da renda diária que compra 1 litro | 7,48% |
Preço médio da gasolina/litro | R$ 4,41 |
![África do Sul](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_24-_africa_do_sul.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
10 /11(PZFUN/Creative Commons)
Posição no ranking de "peso no bolso" | 10° |
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Parcela da renda diária que compra 1 litro | 7,27% |
Preço médio da gasolina/litro | R$ 2,97 |
![O ranking do PIB industrial](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_siderurgia-generica-trabalhador-jpg2.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
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