O Brasil deve receber ainda neste mês a parcela de 4,6 bilhões de dólares prevista no pacote de ajuda ao país vinda do Fundo Monetário Internacional. Essa verba faz parte do acordo firmado em setembro, ainda no governo FHC. O porta-voz do FMI Tom Dawson afirmou a repórteres que o Brasil cumpriu as metas econômicas definidas no acordo, que garantiu 30 bilhões de dólares ao país em meio às turbulências eleitorais do ano passado.

"A misssão que concluiu a discussão e a segunda revisão do acordo volto do Brasil na semana passada após terminar as discussões com sucesso", afirmou Dawson. "Um encontro da diretoria (do FMI) está marcado para meados de março." A missão do FMI ficou duas semanas analisando as contas do governo.

Um ponto positivo foi o governo ter aumentado, sem exigência do FMI, a meta de superávit primário de 4,25% do PIB, acima dos 3,75% do acordo inicial com o Fundo.

O novo encontro do Fundo neste mês examinar o relatório da missão de fevereiro. Os diretores do Fundo esperam receber o relatório sobre a execução do programa econômico prometido pelo governo brasileiro em troca de um empréstimo de 30,7 bilhões de dólares. Com essa parcela, o Brasil já terá sacado 10,6 bilhões de dólares do total previsto. Uma nova liberação, de 8,9 bilhões de dólares, deve ocorrer em junho.

"As autoridades brasileiras comprometeram-se a manter as políticas macroeconômicas sadias que darão confiança aos mercados e levarão a uma melhoria da situação, em matéria de aumento dos preços", acrescentou o porta-voz. Uma parcela de 3,1 bilhões de dólares foi desbloqueada pelo conselho de administração do Fundo no dia 19 de dezembro passado.