Economia

FMI tece elogios à recuperação da economia brasileira

Palocci e Meirelles afirmam em carta que acordo com o FMI é medida de precaução, o que não afasta "estreito diálogo" com o Fundo sobre política econômica

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h19.

A equipe econômica parece ter ganhado mais motivos para cumprir uma promessa do início do governo Lula: não renovar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Na reunião de quarta-feira (15/12), o fundo teceu elogios ao governo brasileiro ao completar a nona e penúltima revisão do acordo-reserva (stand-by) de 41,95 bilhões de dólares (clique aqui para ler a íntegra da ata em inglês).

Durante a reunião da diretoria do FMI, o diretor-gerente Rodrigo de Rato afirmou que persiste a recuperação da economia brasileira em "bases amplas", destacando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 6% nos últimos quatro trimestres, com expansão disseminada por todos os setores econômicos. De Rato também apontou que a forte elevação na demanda doméstica tornou a recuperação mais robusta diante de um ambiente externo incerto, ainda que as exportações continuem "impressionantes" .

Desde setembro do ano passado o Brasil não realiza saques dos recursos disponíveis. A aprovação de ontem libera mais 1,4 bilhão de dólares, que também não devem ser sacados. O acordo expira em 31 de março de 2005, mas antes passa pela décima e última revisão.

Ontem à noite, o Ministério da Fazenda divulgou carta de 2 de dezembro, assinada pelo ministro Antonio Palocci e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles e enviada ao FMI. No texto, a primeira conquista mencionada é a mesma que o diretor-gerente do FMI ressaltou - crescimento do PIB. Além disso, é destacado o aumento de 20% do investimento nos últimos quatro trimestres.

O documento também afirma que "a prudente gestão monetária tem mantido a inflação em uma trajetória compatível com a banda em volta da meta do final de 2004 [ou seja, perto do máximo de 8%]" e que "para 2005, os esforços para reduzir a inflação continuarão dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional". Para isso, a equipe econômica tem optado por uma política monetária de juros altos (também ontem o Comitê de Política Monetária elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 17,75%).

Superávit

Na carta, Palocci e Meirelles lembram que a meta de superávit primário foi elevada para 4,5% do PIB neste ano, reforçando o "compromisso de reduzir a dívida pública". Para 2005, a meta fiscal de 4,25% do PIB fica mantida. O texto reitera a posição da equipe econômica do governo, que encara o acordo com o FMI como medida de precaução - o que não afasta "estreito diálogo sobre políticas com o Fundo".

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