Mudança em políticas monetárias exige coordenação
As mudanças esperadas na política monetária dos países desenvolvidos, que podem começar já nesta semana nos EUA, vão exigir maior coordenação internacional
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2013 às 15h56.
Nova York - As mudanças esperadas na política monetária dos países desenvolvidos, que podem começar já nesta semana nos Estados Unidos , vão exigir maior coordenação internacional de políticas para lidar com os efeitos negativos em moedas, juros e fluxos de capital, alerta um estudo do Fundo Monetário Internacional ( FMI ) divulgado neste domingo, 15. Mas com exceção de períodos de crise mais aguda, os esforços de coordenação têm se mostrados pequenos ou inexistentes entre os diversos países.
Por isso, os técnicos do FMI sugerem duas medidas para tentar estimular a coordenação de políticas. A primeira é a existência de um assessor ou coordenador neutro para discutir estas políticas, que poderia ser o próprio FMI. A segunda é a adoção pelos países de princípios ou regras para limitar certas ações que poderiam ter efeitos mais nocivos em outros países.
"A coordenação internacional de políticas é igual ao monstro do lago Ness, muito discutida, mas raramente vista", escreve no material enviado à imprensa que acompanha o estudo os economistas do FMI Olivier Blanchard, Jonathan Ostry e Atish Ghosh, estes dois últimos os autores do estudo.
O relatório divulgado em Washington recebeu o nome de "Obstáculos à coordenação de política internacional e como superá-los" e avalia por que a cooperação entre os diversos países é tão baixa. Em períodos de maior turbulência, como na crise de 2008, a necessidade de coordenação de políticas foi rapidamente percebida e daí saíram várias ações, como a adoção de políticas fiscais de estímulos em diversos países. Mas em períodos mais calmos, o documento destaca que a dificuldade de coordenação é maior e ações orquestradas são raras.
O estudo do FMI aponta alguns fatores que dificultam a coordenação de políticas em tempos mais normais, a incerteza e a falta de acordo entre os países. Uma medida que, por exemplo, em um país desenvolvido provoque desvalorizações de moedas, pode ser bem vista em alguns países por estimular as exportações, mas em países que importam mais a percepção será diferente, pois os preços vão subir. Por isso, acaba sendo difícil perceber e mensurar os benefícios da coordenação de políticas em nível internacional, destaca Blanchard.
Assim, a proposta do documento é a existência de um assessor neutro, para deixar claro os tipos de contágio que podem ocorrer e assim conseguir a cooperação para determinadas medidas. O FMI, diz o material assinado por Blanchard, Ostry e Ghosh, já assessora cada país membro em diversas questões internas e, mais recentemente, tem procurado aprofundar os estudos dos contágios das atuais políticas monetárias dos países desenvolvidos. Por isso, "o Fundo poderia identificar políticas que estão tanto no interesse nacional como no internacional".
Já a segunda sugestão do relatório fala nos países se comprometerem em adotar princípios ou regras que ajudariam a diminuir os contágios negativos em outros países por meio da conta corrente e de capital. O primeiro princípio buscaria limitar políticas que elevam os desalinhamentos entre moedas e provocam desequilíbrios nas contas externas. O segundo seriam políticas para reduzir instabilidade nos fluxos financeiros entre países.
Nova York - As mudanças esperadas na política monetária dos países desenvolvidos, que podem começar já nesta semana nos Estados Unidos , vão exigir maior coordenação internacional de políticas para lidar com os efeitos negativos em moedas, juros e fluxos de capital, alerta um estudo do Fundo Monetário Internacional ( FMI ) divulgado neste domingo, 15. Mas com exceção de períodos de crise mais aguda, os esforços de coordenação têm se mostrados pequenos ou inexistentes entre os diversos países.
Por isso, os técnicos do FMI sugerem duas medidas para tentar estimular a coordenação de políticas. A primeira é a existência de um assessor ou coordenador neutro para discutir estas políticas, que poderia ser o próprio FMI. A segunda é a adoção pelos países de princípios ou regras para limitar certas ações que poderiam ter efeitos mais nocivos em outros países.
"A coordenação internacional de políticas é igual ao monstro do lago Ness, muito discutida, mas raramente vista", escreve no material enviado à imprensa que acompanha o estudo os economistas do FMI Olivier Blanchard, Jonathan Ostry e Atish Ghosh, estes dois últimos os autores do estudo.
O relatório divulgado em Washington recebeu o nome de "Obstáculos à coordenação de política internacional e como superá-los" e avalia por que a cooperação entre os diversos países é tão baixa. Em períodos de maior turbulência, como na crise de 2008, a necessidade de coordenação de políticas foi rapidamente percebida e daí saíram várias ações, como a adoção de políticas fiscais de estímulos em diversos países. Mas em períodos mais calmos, o documento destaca que a dificuldade de coordenação é maior e ações orquestradas são raras.
O estudo do FMI aponta alguns fatores que dificultam a coordenação de políticas em tempos mais normais, a incerteza e a falta de acordo entre os países. Uma medida que, por exemplo, em um país desenvolvido provoque desvalorizações de moedas, pode ser bem vista em alguns países por estimular as exportações, mas em países que importam mais a percepção será diferente, pois os preços vão subir. Por isso, acaba sendo difícil perceber e mensurar os benefícios da coordenação de políticas em nível internacional, destaca Blanchard.
Assim, a proposta do documento é a existência de um assessor neutro, para deixar claro os tipos de contágio que podem ocorrer e assim conseguir a cooperação para determinadas medidas. O FMI, diz o material assinado por Blanchard, Ostry e Ghosh, já assessora cada país membro em diversas questões internas e, mais recentemente, tem procurado aprofundar os estudos dos contágios das atuais políticas monetárias dos países desenvolvidos. Por isso, "o Fundo poderia identificar políticas que estão tanto no interesse nacional como no internacional".
Já a segunda sugestão do relatório fala nos países se comprometerem em adotar princípios ou regras que ajudariam a diminuir os contágios negativos em outros países por meio da conta corrente e de capital. O primeiro princípio buscaria limitar políticas que elevam os desalinhamentos entre moedas e provocam desequilíbrios nas contas externas. O segundo seriam políticas para reduzir instabilidade nos fluxos financeiros entre países.