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FMI aponta perspectivas "sombrias" para economia portuguesa

Além disso, diz o FMI que as exportações portuguesas ficaram abaixo do esperado no primeiro trimestre

Portugal: Portugal tem cerca de 18% da população economicamente ativa desempregada – mais de 952 mil pessoas – e dívida pública de 125% do Produto Interno Bruto. (Jamie McDonald/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 14h51.

Lisboa – O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou hoje (13) "sombrias" as perspectivas econômicas de Portugal. Em comunicado, o FMI diz que a situação se agrava porque a margem para fazer as reformas de ajuste econômico estão se estreitando. De acordo com a instituição, há riscos políticos e econômicos para o país, como a falta de consenso social para as mudanças estruturais (como a demissão de 30 mil funcionários públicos), que gerem equilíbrio fiscal permanente e evitem aumento do endividamento, como desejam os credores externos e o mercado financeiro internacional.

Além disso, diz o FMI, por causa do quadro econômico nos 13 países que formam a zona do euro, que as exportações portuguesas ficaram abaixo do esperado no primeiro trimestre. A demanda interna, afetada pelo desemprego massivo e pelas dificuldades das empresas, está enfraquecida.

O Fundo Monetário também tornou pública a carta de intenções enviada ontem (12) pelo ministro das Finanças, Vitor Gaspar, e pelo presidente do Banco de Portugal (o Banco Central lusitano), Carlos da Silva Costa, em que o país pede liberação da parcela de US$ 574 milhões do empréstimo tomado em 2011.

Segundo a carta, Portugal “continua avançando nas políticas para eliminar desequilíbrios”, e o governo “identificou as medidas para fechar as lacunas” do Orçamento do Estado 2013, após a reprovação de quatro medidas pelo Tribunal Constitucional, e a nova legislação orçamentária estará votada até o recesso parlamentar, a partir de 15 de julho.


Gaspar e Costa sustentam que o sistema bancário está sob controle e tem liquidez suficiente para garantir depósitos e fazer operações de crédito. Na carta, os dois relacionam medidas para melhoria do ambiente de negócios em Portugal, como a diminuição dos custos de exportações e a simplificação da cobrança de impostos.

Junto com o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia, o FMI forma a chamada Troika, grupo credor de Portugal, Irlanda, Grécia e Chipre. Ontem, o presidente de Portugal, Cavaco Silva, defendeu a saída do FMI do grupo, alegando que as instituições europeias têm objetivos diferentes dos do fundo. “O objetivo do FMI está muito voltado para a estabilização financeira, na União [Europeia], nós temos objetivos de desenvolvimento harmonioso, de coesão e de crescimento econômico”, disse o presidente à Agência Lusa.

Portugal tem cerca de 18% da população economicamente ativa desempregada – mais de 952 mil pessoas – e dívida pública de 125% do Produto Interno Bruto, que, de acordo com projeções do FMI, pode chegar a 140% em dez anos.

Por causa dos problemas econômicos, a coalizão que sustenta o governo há dois anos dá sinais crescentes de desgaste e o movimento sindical promete parar o país em uma nova greve geral no próximo dia 27.

Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff visitou Portugal e acenou com a possibilidade de aumentar as parcerias econômicas do Brasil e a sua antiga metrópole.

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Lisboa – O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou hoje (13) "sombrias" as perspectivas econômicas de Portugal. Em comunicado, o FMI diz que a situação se agrava porque a margem para fazer as reformas de ajuste econômico estão se estreitando. De acordo com a instituição, há riscos políticos e econômicos para o país, como a falta de consenso social para as mudanças estruturais (como a demissão de 30 mil funcionários públicos), que gerem equilíbrio fiscal permanente e evitem aumento do endividamento, como desejam os credores externos e o mercado financeiro internacional.

Além disso, diz o FMI, por causa do quadro econômico nos 13 países que formam a zona do euro, que as exportações portuguesas ficaram abaixo do esperado no primeiro trimestre. A demanda interna, afetada pelo desemprego massivo e pelas dificuldades das empresas, está enfraquecida.

O Fundo Monetário também tornou pública a carta de intenções enviada ontem (12) pelo ministro das Finanças, Vitor Gaspar, e pelo presidente do Banco de Portugal (o Banco Central lusitano), Carlos da Silva Costa, em que o país pede liberação da parcela de US$ 574 milhões do empréstimo tomado em 2011.

Segundo a carta, Portugal “continua avançando nas políticas para eliminar desequilíbrios”, e o governo “identificou as medidas para fechar as lacunas” do Orçamento do Estado 2013, após a reprovação de quatro medidas pelo Tribunal Constitucional, e a nova legislação orçamentária estará votada até o recesso parlamentar, a partir de 15 de julho.


Gaspar e Costa sustentam que o sistema bancário está sob controle e tem liquidez suficiente para garantir depósitos e fazer operações de crédito. Na carta, os dois relacionam medidas para melhoria do ambiente de negócios em Portugal, como a diminuição dos custos de exportações e a simplificação da cobrança de impostos.

Junto com o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia, o FMI forma a chamada Troika, grupo credor de Portugal, Irlanda, Grécia e Chipre. Ontem, o presidente de Portugal, Cavaco Silva, defendeu a saída do FMI do grupo, alegando que as instituições europeias têm objetivos diferentes dos do fundo. “O objetivo do FMI está muito voltado para a estabilização financeira, na União [Europeia], nós temos objetivos de desenvolvimento harmonioso, de coesão e de crescimento econômico”, disse o presidente à Agência Lusa.

Portugal tem cerca de 18% da população economicamente ativa desempregada – mais de 952 mil pessoas – e dívida pública de 125% do Produto Interno Bruto, que, de acordo com projeções do FMI, pode chegar a 140% em dez anos.

Por causa dos problemas econômicos, a coalizão que sustenta o governo há dois anos dá sinais crescentes de desgaste e o movimento sindical promete parar o país em uma nova greve geral no próximo dia 27.

Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff visitou Portugal e acenou com a possibilidade de aumentar as parcerias econômicas do Brasil e a sua antiga metrópole.

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