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Financial Times elogia e critica economia brasileira

Jornal britânico diz que real valorizado é uma das ameaças

Financial Times aponta ameaças à economia brasileira (.)

Diogo Max

Publicado em 28 de julho de 2010 às 17h20.

São Paulo - O jornal britânico Financial Times, um dos mais influentes no mundo da economia e dos negócios, trouxe na edição desta quarta-feira (28) uma reportagem analítica sobre o crescimento brasileiro. O texto afirma que o País precisa estar atento aos fatores que podem atrapalhar o seu progresso.

A reportagem elogia a política econômica brasileira, que encontrou sua estabilidade macroeconômica e conseguiu reduzir os juros reais (taxa nominal menos a inflação) de 23%, em 1998, para cerca de 7%. A consequência foi a redução dos gastos com pagamento de juros da dívida pública, sobrando recursos para investimentos em projetos sociais, segundo o Financial Times.

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"A estabilidade macroeconômica também permitiu às empresas brasileiras concentrarem-se em realmente trabalhar, ao invés de se preocupar com a próxima crise financeira do país", diz o texto, apontando que essa é a essência do "novo Brasil".

Intitulado "Mussarela, o grande queijo que ajuda o crescimento global do Brasil", o texto começa com o exemplo de um inglês, que produz leite de búfala em uma fazenda de 80 mil hectares no Estado de São Paulo e vende seu produto para os fabricantes na Itália. Para o Financial Times, a situação de globalização no Brasil era improvável dez anos atrás.

Alertas

Depois dos elogios, a reportagem diz que o País deve se preocupar com os futuros problemas. "A ameaça mais óbvia é a possibilidade de o Brasil sofrer com uma eventual dupla recessão no mundo desenvolvido", alerta o jornal britânico. O Financial Times cita a desaceleração da economia brasileira - após um desempenho chinês no primeiro trimestre - como um possível impacto inicial vindo do exterior.

A segunda ameaça, de acordo com Financial Times, recai sobre a valorização da moeda brasileira. "O real foi apreciado por cerca de um terço em relação ao dólar desde janeiro do ano passado. Isso incentiva o consumo interno brasileiro, mas também fere as exportações", explica o periódico.

A reportagem também aponta duas soluções para o Brasil. Uma delas é a melhoria da infraestrutura, o que faria com que "as mercadorias chegassem a mercados de maneira mais rápida e barata". A outra é o corte das despesas públicas, que reduziria a necessidade de financiamento externo, diminuindo a entrada de capital e, portanto, a pressão sobre a taxa de câmbio", conclui o jornal britânico.

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