Fed mantém juros e sinaliza que cortes são possíveis este ano
Banco central americano decidiu manter as taxas no intervalo de 2,25% a 2,5%, mas sinalizou um possível corte de até 0,5 ponto percentual até o fim do ano
Reuters
Publicado em 19 de junho de 2019 às 15h51.
Última atualização em 19 de junho de 2019 às 15h57.
Washington - O Federal Reserve deixou a taxa de juros inalterada nesta quarta-feira (18) mas sinalizou possíveis cortes de até 0,5 ponto percentual durante o restante do ano, ao responder à maior incerteza econômica e à queda na inflação esperada.
O banco central dos Estados Unidos disse que "irá agir de forma apropriada" para sustentar a expansão econômica conforme ela se aproxima da marca de 10 anos e retirou a promessa de ser "paciente" ao ajustar os juros. Quase metade de seus membros mostra agora disposição para reduzir os custos de empréstimos ao longo dos próximos seis meses.
Enquanto as novas projeções econômicas mostraram que as visões de crescimento e desemprego das autoridades foram praticamente mantidas, eles projetaram inflação de apenas 1,5% no ano, ante 1,8% projetado em março.
Eles acreditam ainda que a meta de inflação de 2% não será alcançada no próximo ano também.
Sete dos 17 membros disseram esperar que seja apropriado cortar os juros em 0,5 ponto percentual até o fim de 2019, e um oitavo viu redução de 0,25 ponto como apropriado.
Isso não foi suficiente para mudar a mediana da projeção de juros do Fed, que as autoridades estimaram que permanecerá na faixa entre 2,25% e 2,5% pelo resto do ano.
Mas ainda assim representa uma significativa mudança nas visões do Fed. Parece que muitos, talvez a maioria, dos membros reduziram sua perspectiva para os juros em um ponto percentual. Apenas uma autoridade continua a ver alta dos juros como provável em 2019.
A taxa de juros de longo prazo, medida para a situação da economia no longo prazo, foi reduzida a 2,5%, ante 2,80%.
Junto com as mudanças no comunicado, as projeções desta quarta-feira abrem a porta para o banco central reduzir os juros no curto prazo se a economia enfraquecer, ou se as disputas comerciais dos EUA com a China e outros países se intensificarem.
O Fed continuou a considerar o mercado de trabalho como "forte" e disse que a "expansão sustentada da atividade econômica" e eventual aumento da inflação ainda são "os resultados mais prováveis". A queda na inflação, entretanto, foi um golpe para o banco central, que espera alcançar sua meta em algum momento do próximo ano.
O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, que já havia defendido corte dos juros, foi o dissidente na decisão de política monetária desta quarta-feira.