Fazenda eleva projeção de PIB de 2024 para 2,5%; expectativa para inflação também sobe, para 3,7%
Estimativa do governo, entretanto, não considera os impactos da calamidade no Rio Grande do Sul na atividade econômica
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 16 de maio de 2024 às 13h44.
Última atualização em 16 de maio de 2024 às 13h51.
O Ministério da Fazenda aumentou a projeção de alta do Produto Interno Bruto ( PIB ) em 2024 de 2,2% para 2,5%. Com a revisão, o governo está mais otimista que o mercado.A mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Banco Central (BC) aponta para um crescimento econômico de 2,09% no ano. Os dados foram apresentados pela Secretaria de Política Econômica (SPE) no Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quinta-feira, 16.
A estimativa da Fazenda, entretanto, não considera os impactos da calamidade no Rio Grande do Sul na atividade econômica. Segundo o documento, a magnitude do impacto depende da ocorrência de novos eventos climáticos, de transbordamentos desses impactos para estados próximos e do efeito de programas de auxílio fiscal e de crédito nas cidades atingidas pelas chuvas.
“O PIB do Rio Grande do Sul, com peso aproximado de 6,5% no PIB brasileiro, deverá registrar perdas principalmente no segundo trimestre, parcialmente compensadas ao longo dos trimestres posteriores. Atividades ligadas à agropecuária e indústria de transformação deverão ser as mais afetadas a nível nacional, por serem mais representativas no PIB do estado que no PIB brasileiro”, informou o Boletim Macrofiscal.
Para os anos seguintes, as projeções para o crescimento da economia não foram alteradas. Para 2025, houve manutenção, em 2,8%. Para 2026, a estimativa ficou 2,5%, para 2027, a expectativa continua em 2,6%. E para 2028, a estimativa ficou em 2,5%.
Inflação maior
O governo aumentou de 3,5% para 3,7% a projeção de inflação para 2024, levemente abaixo das estimativas de mercado. Entre os analistas ouvidos pela BC, a mediana das expectativas está em 3,76%. Para 2025, a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve pequena alta de 3,10% para 3,2%, ainda abaixo da expectativa dos economistas. No Boletim Focus a estimativa está em 3,66%.
"O aumento nas estimativas para a inflação captura tanto os efeitos da depreciação cambial recente nos preços livres como os impactos das fortes chuvas no Rio Grande do Sul na oferta e nos preços de produtos in natura, arroz, carnes e aves. Os preços desses alimentos devem subir de maneira mais pronunciada nos próximos dois meses, mas parcela relevante desse aumento deve ser devolvida nos meses seguintes, com a normalização da oferta. Apesar do avanço nas estimativas para a inflação cheia em 2024, a projeção para a variação média das cinco principais medidas de núcleo se manteve estável em relação ao projetado em março, em 3,40%", informou o documento do Ministério da Fazenda.