Faturamento da indústria é resultado da venda de estoques
Para 2013, a expectativa da CNI é de retomada gradual dos investimentos, aumento “moderado” da atividade e, consequentemente, da produção
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2013 às 13h43.
Brasília – A queda nas horas trabalhadas associada ao aumento do faturamento da indústria brasileira indicam que, em 2012, o lucro das empresas foi fundamentado no uso dos estoques. A avaliação, apresentada hoje (6) por economistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), tem por base os Indicadores Industriais que consolidaram o desempenho do setor em 2012.
“Só o faturamento revela números favoráveis [além dos relativos a massa salarial e rendimento médio real do trabalhador]. Mas na comparação com os anos anteriores, vimos que há nítida perda de crescimento do faturamento [9,9% em 2010, 5,2% em 2011 e 2,4% em 2012]. O fato de as horas trabalhadas terem diminuido na comparação com 2011 mostra que o crescimento em 2012 se deve ao uso dos estoques”, disse o economista da confederação Marcelo de Ávila.
Os Indicadores Industriais divulgados hoje pela entidade apontam queda de 1,5% nas horas trabalhadas e recuo de 0,9 pontos percentuais na utilização da capacidade instalada na comparação 2012 com 2011. A massa real de salários aumentou 5,1% e o rendimento médio real subiu 5,3%.
Segundo o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, 2012 foi um ano de ajustes, inclusive dos níveis de estoque. “[Os industriais] venderam o que tinham produzido”, disse. Com isso, acrescentou, depois de passar por dificuldades em 2011, a indústria brasileira apresentou desempenho ruim em 2012. “A demanda de consumo das famílias foi expressivo, mas não se direcionou aos produtos domésticos”, justificou.
Para 2013, a expectativa da CNI é de retomada gradual dos investimentos, aumento “moderado” da atividade e, consequentemente, da produção. “Tínhamos a mesma expectativa em 2012, mas foi frustrada. Para incentivar a produção, de forma sustentável, precisamos reduzir o custo operacional do investimento. Mas isso só acontecerá com segurança e confiança no futuro, em um primeiro momento. Depois, é necessário que haja capacidade para investir”.
Os economistas avaliam que a queda do custo da energia anunciada pelo governo federal e a desoneração da folha de pagamento deverão gerar impactos positivos em 2013. “Esses dois impactos terão maior intensidade. No caso da redução do custo da energia, isso acontecerá a partir de março”, disse Castelo Branco.
Os salários deverão continuar aumentando devido à falta de mão de obra qualificada. Há, segundo a CNI, muitas empresas reportando dificuldades para contratar mão de obra qualificada. “Isso impacta em aumento real da massa salarial [já que as empresas disputam esses profissionais]”, explicou Marcelo de Ávila.
Castelo Branco avalia que o cenário internacional não sofre turbulências como as ocorridas entre 2011 e 2012, mas ainda está problemático. “A economia mundial crescerá em ritmo baixo, o que só mantém um ambiente de competição. Como os países de economia madura estão com demanda praticamente estagnada, buscam cada vez mais mercado, e isso torna essa competição cada vez mais acirrada. Por isso, precisamos criar condições para [lidar com] esse tipo de ambiente”, argumentou.
Brasília – A queda nas horas trabalhadas associada ao aumento do faturamento da indústria brasileira indicam que, em 2012, o lucro das empresas foi fundamentado no uso dos estoques. A avaliação, apresentada hoje (6) por economistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), tem por base os Indicadores Industriais que consolidaram o desempenho do setor em 2012.
“Só o faturamento revela números favoráveis [além dos relativos a massa salarial e rendimento médio real do trabalhador]. Mas na comparação com os anos anteriores, vimos que há nítida perda de crescimento do faturamento [9,9% em 2010, 5,2% em 2011 e 2,4% em 2012]. O fato de as horas trabalhadas terem diminuido na comparação com 2011 mostra que o crescimento em 2012 se deve ao uso dos estoques”, disse o economista da confederação Marcelo de Ávila.
Os Indicadores Industriais divulgados hoje pela entidade apontam queda de 1,5% nas horas trabalhadas e recuo de 0,9 pontos percentuais na utilização da capacidade instalada na comparação 2012 com 2011. A massa real de salários aumentou 5,1% e o rendimento médio real subiu 5,3%.
Segundo o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, 2012 foi um ano de ajustes, inclusive dos níveis de estoque. “[Os industriais] venderam o que tinham produzido”, disse. Com isso, acrescentou, depois de passar por dificuldades em 2011, a indústria brasileira apresentou desempenho ruim em 2012. “A demanda de consumo das famílias foi expressivo, mas não se direcionou aos produtos domésticos”, justificou.
Para 2013, a expectativa da CNI é de retomada gradual dos investimentos, aumento “moderado” da atividade e, consequentemente, da produção. “Tínhamos a mesma expectativa em 2012, mas foi frustrada. Para incentivar a produção, de forma sustentável, precisamos reduzir o custo operacional do investimento. Mas isso só acontecerá com segurança e confiança no futuro, em um primeiro momento. Depois, é necessário que haja capacidade para investir”.
Os economistas avaliam que a queda do custo da energia anunciada pelo governo federal e a desoneração da folha de pagamento deverão gerar impactos positivos em 2013. “Esses dois impactos terão maior intensidade. No caso da redução do custo da energia, isso acontecerá a partir de março”, disse Castelo Branco.
Os salários deverão continuar aumentando devido à falta de mão de obra qualificada. Há, segundo a CNI, muitas empresas reportando dificuldades para contratar mão de obra qualificada. “Isso impacta em aumento real da massa salarial [já que as empresas disputam esses profissionais]”, explicou Marcelo de Ávila.
Castelo Branco avalia que o cenário internacional não sofre turbulências como as ocorridas entre 2011 e 2012, mas ainda está problemático. “A economia mundial crescerá em ritmo baixo, o que só mantém um ambiente de competição. Como os países de economia madura estão com demanda praticamente estagnada, buscam cada vez mais mercado, e isso torna essa competição cada vez mais acirrada. Por isso, precisamos criar condições para [lidar com] esse tipo de ambiente”, argumentou.