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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h35.
Além dos obstáculos relativos às garantias para investidores e à necessidade de uma complexa estruturação dos projetos, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) podem se arrastar por falta de pessoal qualificado. "Os bancos e o mercado de capitais não têm estrutura para compreender os riscos de construção e acompanhá-los", afirma Paulo Vasconcellos, do banco português Espírito Santo Investimentos (BES).
Ainda são poucos os profissionais preparados para estruturar e monitorar um project finance (projeto de financiamento), a forma adequada para amarrar todas as pontas na contratação de uma PPP. A necessidade de buscar consultores em um mercado bastante restrito torna as preliminares das parcerias ainda mais dispendiosas, também para os bancos.
Por outro lado, entidades como a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) têm alertado para as dificuldades do governo, tanto em recursos humanos como em verbas, para investir em estudos de viabilidade dos projetos que considera prioritários. Não é uma dificuldade exclusivamente brasileira. Nuno Cardoso, diretor de project finance do BES, financiador de projetos de PPP em 16 países, afirma que uma das lições da experiência internacional é a necessidade de o setor público melhorar sua capacidade de gestão de contratos.