Economia

Falta de demanda preocupa indústria, diz CNI

Segundo economista, isto está elevando o nível de estoques das empresas, em especial as grandes companhias


	Indústria: número de empregos no setor "deve continuar caindo" nos próximos meses
 (Angel Navarrete/Bloomberg)

Indústria: número de empregos no setor "deve continuar caindo" nos próximos meses (Angel Navarrete/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2014 às 16h42.

Brasília - O economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo, responsável pela Sondagem Industrial divulgada nesta sexta-feira, 18, afirmou que o setor está se preocupando mais com a falta de demanda.

"A falta de demanda se tornou o segundo principal problema da indústria, só perdendo para a carga tributária", comparou Azevedo.

Segundo ele, isto está elevando o nível de estoques das empresas - em especial as grandes companhias. "Houve um acirramento, mesmo com a produção caindo em junho. Os estoques ficaram acima do planejado", disse.

A CNI não conseguiu medir o "efeito Copa" sobre o recuo da produção apontada pela Sondagem, mas a entidade avalia que o número de empregados da indústria "deve continuar caindo" nos próximos meses.

De acordo com o gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, o ano está sendo pior que o esperado quando ele começou. "A indústria esperou um 2014 melhor do que ele está sendo", afirmou.

Fonseca disse ainda que a expectativa do setor produtivo sobre uma eventual melhora no nível de demanda é uma das mais baixas dos últimos anos. De acordo com a Sondagem Industrial, a expectativa saltou de 27,6 pontos no primeiro trimestre para 40,7 pontos no segundo semestre.

"Essa expectativa de demanda está muito baixa, deveria estar próxima de 60 pontos", disse. Fonseca avaliou que o fato de a indústria ter começado a demitir, o que custa caro e significa perder mão de obra qualificada, é um sinal de que a confiança na retomada da economia no segundo semestre é pequena.

"A confiança pode mudar ainda este ano. Agora, dificilmente a produtividade vai responder rápido, principalmente porque agora você começou a perder emprego", considerou. "É difícil a economia retomar um crescimento forte neste ano, porque as condições internacionais não são muito boas."

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