EUA tentam separar caso Huawei de negociações comerciais com a China
Departamento de Justiça acusou empresa de tecnologia de cometer fraude fiscal ao burlar sanções impostas pelos americanos ao Irã
EFE
Publicado em 29 de janeiro de 2019 às 16h44.
Washington - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos , Steven Mnuchin, afirmou nesta terça-feira que espera "significativos progressos" nas negociações comerciais com a China nesta semana e tentou minimizar o impacto das acusações americanas a Huawei, uma das principais empresas chinesas de tecnologia.
"Os temas fundamentais sobre os quais falamos são: acesso ao mercado, garantir a não obrigação do estabelecimento de empresas conjuntas, que não haja transferência forçada de tecnologia e a criação de um mecanismo para que, uma vez fechado o acordo, possamos fiscalizar e fazer cumprir", indicou Mnuchin em entrevista à emissora "Fox Business".
"Espero que consigamos significativos progressos nesta semana nesses tópicos", ressaltou.
Mnuchin tentou distanciar as negociações da decisão do Departamento de Justiça de acusar formalmente a Huawei de cometer fraude fiscal ao burlar as sanções impostas pelos americanos ao Irã. A empresa também foi denunciada por roubar segredos comerciais.
"Esse tema não é parte das discussões comerciais. Qualquer questão que tenha relação com a violação das leis dos EUA ou com as sanções estão em um caminho separado", afirmou.
A Casa Branca acusou a Huawei ontem e confirmou o pedido de extradição feito ao Canadá para a diretora financeira da empresa, Meng Whazou, presa no país vizinho após solicitação dos EUA.
A delegação chinesa que visita Washington é liderada pelo vice-primeiro-ministro, Liu He. Amanhã, ele se reunirá com Mnuchin e com o representante de Comércio Exterior dos EUA, Robert Lighthizer.
Além disso, a Casa Branca confirmou ontem uma reunião entre Liu e o presidente americano, Donald Trump.
Os encontros fazem parte do acordo firmado entre Trump e o presidente da China, Xi Jiping, durante a cúpula do G20. O objetivo das reuniões é minimizar as tensões comerciais entre os dois países para chegar a um acordo que satisfaça as duas partes.
Trump fixou como prazo o dia 1º de março para assinar um acordo com a China. Caso contrário, prometeu elevar a sobretaxa aplicada sobre a importação de US$ 200 bilhões em produtos chineses de 10% para 25%. EFE