Economia

Estados Unidos passam a apoiar oficialmente adesão do Brasil à OCDE

A promessa havia sido feita por Trump para Bolsonaro em março; processo de adesão ainda é incerto e deve levar anos

Jair Bolsonaro e Donald Trump: promessa foi feita na Casa Branca em março (Kevin Lamarque/Reuters)

Jair Bolsonaro e Donald Trump: promessa foi feita na Casa Branca em março (Kevin Lamarque/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 23 de maio de 2019 às 12h26.

Última atualização em 23 de maio de 2019 às 19h21.

São Paulo - Os Estados Unidos apoiaram nesta quinta-feira (23) a candidatura do Brasil a uma vaga na OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).

A manifestação de apoio dos diplomatas americanos foi feita durante uma reunião ministerial do órgão em Paris e confirmado pela embaixada americana e pelo Itamaraty no Twitter.

A promessa vem de um acordo feito pelo presidente americano Donald Trump com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro durante um encontro na Casa Branca em março.

A contrapartida é que o Brasil abriria mão do seu status especial de país em desenvolvimento na  Organização Mundial do Comércio (OMC), que garante algumas vantagens comerciais.

No entanto, em um encontro preparatório em maio, os representantes dos EUA na OCDE informaram que não “tinham instrução” sobre a chegada de novos membros.

Em seguida, depois da repercussão, o Departamento de Estado americano reafirmou a intenção de apoiar o Brasil no órgão, posição agora confirmada oficialmente.

Os Estados Unidos também seguem apoiando a entrada da Argentina, que já havia solicitado adesão anteriormente.

A OCDE foi fundada em 1961 e define padrões para seus 36 países-membros, na maioria desenvolvidos e dos quais seis entraram desde 2010.

A entrada na OCDE é um pleito antigo do governo brasileiro e que ganhou força durante o governo  Michel Temer.

Especialistas avaliam que a entrada na instituição pode ter um papel indutor na aprovação de reformas internas, pela necessidade de harmonizar padrões, e de atração de investimento, na medida que serve como um selo de qualidade das políticas brasileiras.

"Os protocolos da organização ajudam a aprimorar o ambiente de negócios. Há recomendações que envolvem desde o combate à corrupção e a governança corporativa até políticas públicas e investimentos estrangeiros. Isso tudo é importante para atrair capital e estimular o crescimento econômico", disse José Alfredo Graça Lima, conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais e ex-chefe da missão brasileira junto à União Europeia, em entrevista recente para EXAME.

O fim da resistência americana, no entanto, é apenas um dos primeiros passos de um processo que deve durar entre dois e cinco anos.

*Atualizado às 19h20 com correção sobre o número de países-membros

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