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EUA não estão resgatando aéreas e Boeing não pediu ajuda, diz secretário

Empresas aéreas norte-americanas estão se preparando para acessar ajuda do governo de 25 bilhões de dólares em subsídios

Steve Mnuchin: "Boeing disse que não tem intenção de usar um programa que possa mudar no futuro" (Mary F. Calvert/Reuters)
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Reuters

Publicado em 27 de março de 2020 às 12h07.

Última atualização em 27 de março de 2020 às 12h43.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steve Mnuchin, disse nesta sexta-feira que o projeto de estímulo econômico contra o coronavírus que deverá ser aprovado em breve na Câmara dos Deputados não é um resgate para companhias aéreas e que os contribuintes precisarão ser compensados pelo alívio dado às empresas prejudicadas pela pandemia global.

Ao mesmo tempo, Mnuchin disse em entrevista à Fox Business que a fabricante de aviões Boeing não solicitou ajuda do governo.

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"Eu tenho sido muito claro de que este não é um resgate de companhias aéreas", disse Mnuchin. "E que os contribuintes precisam ser compensados pelo alívio que estão dando às companhias aéreas."

As empresas aéreas norte-americanas estão se preparando para acessar ajuda do governo de 25 bilhões de dólares em subsídios para cobrir a folha de pagamento em uma forte desaceleração de viagens provocada pelo coronavírus, mesmo depois que o governo alertou que poderá assumir riscos em troca de fundos de resgate, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

Mnuchin pode exigir ações, justificativas ou outros instrumentos financeiros para "fornecer uma compensação adequada ao governo federal". Uma porta-voz do Tesouro se recusou a comentar um relatório de que Mnuchin exigiria ações.

As companhias aéreas podem solicitar o equivalente à sua folha de pagamento entre 1º de abril e 30 de setembro do ano passado, o que significa que algumas grandes companhias aéreas podem receber 4 bilhões de dólares ou mais no total.

A Câmara dos Deputados planeja debater a legislação nesta sexta-feira e depois agendar uma votação.

Mnuchin afirmou que a Boeing disse que não pretende participar do programa federal.

"A Boeing disse que não tem intenção de usar um programa que possa mudar no futuro", disse Mnuchin. "Essas são coisas que as empresas precisam vir e nos pedir... No momento, a Boeing está dizendo que não precisa disso."

Questionado se o grande projeto de estímulo pode ajudar a evitar uma recessão, Mnuchin disse à Fox Business: "A questão número 1 não é o que os números econômicos são atualmente, a questão número 1 é a dificuldade para o povo norte-americano que está perdendo seus empregos."

Saúde como prioridade

O secretário do Tesouro norte-americano afirmou nesta que a prioridade do governo dos Estados Unidos, neste momento, em meio à pandemia de covid-19, é a questão de saúde pública, e depois a questão econômica. A fala destoa do que vem sendo propagado pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e aliados - de que os americanos estariam alinhados com a estratégia do chefe do Planalto de afrouxar medidas de controle da propagação do coronavírus para minimizar as consequências econômicas.

Ainda assim, Mnuchin destacou que o salto no números de pedidos auxílio-desemprego no país, que, conforme divulgação na quinta-feira, 26, chegaram ao recorde histórico de 3,283 milhões em uma semana, são uma questão preocupante, mas que os estímulos anunciados recentemente no país devem manter 50% dos trabalhadores em seus postos de trabalho. "Temos recursos para suportar a economia dos EUA", afirmou. "A economia dos EUA vai se recuperar muito rapidamente do coronavírus", completou.

Programa de empréstimos

O secretário do Tesouro americano disse que os Estados Unidos anunciarão um novo programa de empréstimos para apoiar a economia, impactada pelo coronavírus, na próxima sexta-feira. "A população precisa de dinheiro, e agora", afirmou, em entrevista à Fox News.

Mnuchin ainda declarou que as diferentes medidas anunciadas pelo governo não são um resgate para companhias aéreas, que têm sofrido com a queda da demanda por conta do covid-19.

Para ele, não há problema se a Boeing "pensa que pode operar" sem apoio do governo federal. "É isso que queremos", afirmou. As ações da companhia no pré-mercado de Nova York, em seguida, recuaram.

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