EUA fizeram pagamentos errados que somaram US$ 105 bilhões
O governo americano fez no ano passado mais de US$ 105 bilhões em pagamentos equivocados, número um pouco menor do que em 2012
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2014 às 10h26.
Washington - O governo dos Estados Unidos efetuou ano passado mais de US$ 105 bilhões em pagamentos equivocados, desde benefícios fiscais a famílias que não reuniam os requisitos até subsídios por desemprego a pessoas com trabalho, informou nesta quarta-feira a Controladoria Geral da Nação (GAO).
As agências federais realizaram pagamentos equivocados que chegaram a US$ 105,8 bilhões no ano fiscal 2013, que terminou em outubro, um número ligeiramente menor que os US$ 107,1 bilhões do que no ano fiscal 2012.
Em 2010, esse valor bateu o recorde de US$ 127 bilhões.
O dado foi divulgado durante uma audiência no Comitê de Supervisão e Reforma do governo da Câmara dos Representantes que examinou os pagamentos que Washington faz a contratistas, provedores de serviços e bens, e receptores de subsídios.
"Ninguém sabe, exatamente, quanto dinheiro dos contribuintes é desperdiçado em pagamentos inapropriados, mas o governo federal tem seus próprios cálculos impressionantes de mais de US$ 500 bilhões nos últimos cinco anos", assinalou o representante republicano John Mica, presidente da subcomissão.
"O fato é que os pagamentos inapropriados são enormemente altos em programas desenhados para ajudar os mais necessitados, as crianças, os idosos, as famílias de baixa renda", acrescentou.
Beth Cobert, subdiretora do Escritório de Administração e Orçamento da Casa Branca, reconheceu os problemas, mas lembrou que a taxa de pagamentos inapropriados do governo baixou de 5,42% no ano fiscal de 2009 aos 3,53% em de 2013.
"Esta redução não ocorreu por acaso", disse Cobert, e acrescentou que "foi resultado do duro trabalho feito pelas agências federais em parceria com o Congresso".
O relatório da Controladoria Geral da Nação, uma agência não partidária do Congresso que prepara relatórios para os legisladores, põe em dúvida os cálculos das agências federais e apontou que o total de despesas equivocadas poderia ser até mais alto.
"O governo federal é incapaz de determinar a medida plena em que ocorrem os pagamentos inapropriados e de garantir razoavelmente que estão sendo tomadas medidas adequadas para reduzi-los", afirmou na audiência a diretora da GAO, Beryl Davis.
A maior parte destes pagamentos ocorre nos programas governamentais de cuidado da saúde, liderados pela Medicare, o sistema de seguro de saúde para idosos, com US$ 50 bilhões em pagamentos inapropiados no período fiscal 2013.
O programa Medicaid, de subsídio de despesas médicas para a população de baixa renda, teve US$ 14,4 bilhões e o seguro-desemprego em outros US$ 6,2 bilhões, de acordo com os números da GAO.
Além disso, é preciso levar em conta que o Departamento de Defesa, que dispõe de um dos maiores orçamentos das agências federais do país, não é obrigado a apresentar uma auditoria detalhada de suas despesas.
Pensando no futuro, o Serviço de Receita Interna (IRS) advertiu sobre as crescentes dificuldades para melhorar e diminuir estes pagamentos desnecessários.
"Continuo preocupado com nossa capacidade para continuar fazendo progressos em todas estas áreas diante do difícil ambiente orçamentário", disse o diretor do IRS, John Koskinen, em referência aos cortes de orçamentos encarados pelo organismo.