Estados terão 6 meses para ajustarem Previdência, diz Caetano
O secretário da Previdência disse que não há inconstitucionalidade na proposta
Reuters
Publicado em 28 de março de 2017 às 20h32.
Última atualização em 28 de março de 2017 às 20h45.
Brasília - O governo bateu o martelo e dará seis meses para que Estados e municípios ajustem seus sistemas previdenciários após a promulgação da reforma da Previdência conforme acharem adequado, caso contrário deverão adotar as regras aprovadas pelo Congresso, disse nesta terça-feira o secretário da Previdência, Marcelo Caetano.
Em entrevista após reunião no Palácio do Planalto, Caetano disse que não há inconstitucionalidade nessa proposta e que o governo está apenas procurando a forma mais adequada para incluí-la na reforma. Segundo ele, o prazo de seis meses é para que os Estados possam discutir o tema.
O próprio secretário confirmou que a orientação do presidente Michel Temer é a de incluir a medida no texto, a partir de uma emenda do relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA).
"Estamos buscando um diálogo com o Congresso, mas o prazo que está vigorando é o de seis meses", disse Caetano. "Não há inconstitucionalidade. Estamos apenas buscando o melhor texto para a emenda."
Na semana passada, Temer anunciou a retirada dos servidores de Estados e municípios da reforma da Previdência, a pedido dos parlamentares.
A alegação era de que a medida facilitaria a aprovação do texto, já que tiraria a pressão dos servidores estaduais, muito forte, sobre os deputados em suas bases.
No entanto, o anúncio desagradou a equipe econômica e incomodou os governadores, que alegaram não ter condições de convencer sozinhos as assembleias legislativas a aprovarem reformas locais. Daí a decisão do governo de acatar a proposta de dar um prazo aos Estados. Se não fizerem as suas reformas, passa a vigorar o texto federal.
"As assembleias não vão fazer essas reformas, a gente sabe. Mas o prazo dá um espaço para os governadores e não fere a autonomia", disse à Reuters uma fonte parlamentar.
Há, no entanto, resistência em parte da base governista. Em reunião com líderes na segunda-feira, parte dos deputados reclamou que a medida traria de volta a pressão sobre eles, mas o governo pretende manter a emenda mesmo assim.