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Estabilidade do desemprego contraria tendência histórica

Taxa tradicionalmente cai a partir do final do primeiro semestre, mas este ano ela permanece inalterada

O desemprego cai no segundo semestre devido às vendas do final do ano (Marcelo Alvez/Agência Estado)
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Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2011 às 13h28.

São Paulo - A estabilidade na taxa de desemprego das sete regiões metropolitanas pesquisadas pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) levanta dúvidas sobre o comportamento do mercado de trabalho no segundo semestre deste ano. Tradicionalmente, este semestre costuma apresentar queda na taxa de desemprego, já que as empresas aumentam as contratações para atender às vendas relacionadas ao fim de ano e ao 13.º salário. Essa queda normalmente começa em maio e junho, mas neste ano ainda não ocorreu.

Em julho, a taxa de desemprego nas sete regiões permaneceu inalterada em 11% pelo terceiro mês consecutivo. No ano passado, o desemprego estava em 13,2% em maio e caiu para 12,7% em junho e 12,4% em julho. Para a economista do Dieese, Patricia Costa, a tendência é de que, cada vez mais, as taxas de 2011 se aproximem das registradas em 2010 e interrompam a trajetória de queda interanual verificada nos últimos anos.

"A tendência é de que a taxa de desemprego caia no segundo semestre, mas considerando a atual conjuntura há dúvida sobre isso", afirmou. "O mercado de trabalho apresenta uma sazonalidade de aumento de ocupações para o fim do ano. Mas, neste exato momento, o segundo semestre é um ponto de interrogação."

Entre os indicadores que confirmam essa desaceleração no mercado de trabalho estão o nível de ocupação, o rendimento e a massa de rendimento. Em julho, o nível de ocupação nas sete regiões metropolitanas cresceu 0,3%, desempenho avaliado como estável. Na comparação com o mesmo mês de 2010, o nível de ocupação aumentou 2,7% - índice que já foi de 4,1% en julho de 2010, comparativamente a julho de 2009.

O rendimento médio dos ocupados caiu 0,5% em junho ante maio e passou a equivaler a R$ 1.356. Foi a oitava queda consecutiva nesta base de comparação. Embora no conjunto das sete regiões ainda apresente alta de 0,5% em relação a junho de 2010, o rendimento já apresenta reduções consideráveis nessa base de comparação em Belo Horizonte (-7,4%), Salvador (-6,7%) e Distrito Federal (-3,6%). Já a massa de rendimentos vem desacelerando na comparação interanual há sete meses consecutivos. Na comparação com junho de 2010, a massa cresceu 3,1%, variação que já chegou a 13,9% em dezembro de 2010, comparativamente a dezembro de 2009.

Contratação

Outro dado que indica desaceleração no mercado de trabalho é o crescimento - desde março - nas contratações de trabalhadores autônomos. O aumento foi de 0,6% em julho ante junho, enquanto o número de contratações de trabalhadores com carteira assinada caiu 0,2% no período. Os trabalhadores sem carteira assinada tiveram desempenho estável em julho ante junho, mas vêm apresentando crescimento nos últimos meses.

"Esses dados refletem as incertezas dos empregadores, que preferem não se comprometer com a contratação de trabalhadores com carteira", diz o economista da Fundação Seade, Alexandre Loloian. "Os dados da pesquisa referendam a nossa avaliação de que o governo não deve forçar a barra", disse Loloian, em referência ao conservadorismo da política monetária do Banco Central (BC). "É importante que a política econômica não comprometa os últimos resultados positivos verificados no comportamento do desemprego", complementou Patrícia.

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Em julho, a taxa de desemprego nas sete regiões permaneceu inalterada em 11% pelo terceiro mês consecutivo. No ano passado, o desemprego estava em 13,2% em maio e caiu para 12,7% em junho e 12,4% em julho. Para a economista do Dieese, Patricia Costa, a tendência é de que, cada vez mais, as taxas de 2011 se aproximem das registradas em 2010 e interrompam a trajetória de queda interanual verificada nos últimos anos.

"A tendência é de que a taxa de desemprego caia no segundo semestre, mas considerando a atual conjuntura há dúvida sobre isso", afirmou. "O mercado de trabalho apresenta uma sazonalidade de aumento de ocupações para o fim do ano. Mas, neste exato momento, o segundo semestre é um ponto de interrogação."

Entre os indicadores que confirmam essa desaceleração no mercado de trabalho estão o nível de ocupação, o rendimento e a massa de rendimento. Em julho, o nível de ocupação nas sete regiões metropolitanas cresceu 0,3%, desempenho avaliado como estável. Na comparação com o mesmo mês de 2010, o nível de ocupação aumentou 2,7% - índice que já foi de 4,1% en julho de 2010, comparativamente a julho de 2009.

O rendimento médio dos ocupados caiu 0,5% em junho ante maio e passou a equivaler a R$ 1.356. Foi a oitava queda consecutiva nesta base de comparação. Embora no conjunto das sete regiões ainda apresente alta de 0,5% em relação a junho de 2010, o rendimento já apresenta reduções consideráveis nessa base de comparação em Belo Horizonte (-7,4%), Salvador (-6,7%) e Distrito Federal (-3,6%). Já a massa de rendimentos vem desacelerando na comparação interanual há sete meses consecutivos. Na comparação com junho de 2010, a massa cresceu 3,1%, variação que já chegou a 13,9% em dezembro de 2010, comparativamente a dezembro de 2009.

Contratação

Outro dado que indica desaceleração no mercado de trabalho é o crescimento - desde março - nas contratações de trabalhadores autônomos. O aumento foi de 0,6% em julho ante junho, enquanto o número de contratações de trabalhadores com carteira assinada caiu 0,2% no período. Os trabalhadores sem carteira assinada tiveram desempenho estável em julho ante junho, mas vêm apresentando crescimento nos últimos meses.

"Esses dados refletem as incertezas dos empregadores, que preferem não se comprometer com a contratação de trabalhadores com carteira", diz o economista da Fundação Seade, Alexandre Loloian. "Os dados da pesquisa referendam a nossa avaliação de que o governo não deve forçar a barra", disse Loloian, em referência ao conservadorismo da política monetária do Banco Central (BC). "É importante que a política econômica não comprometa os últimos resultados positivos verificados no comportamento do desemprego", complementou Patrícia.

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