Espanha diz que crise não afetará investimentos no Brasil
Brasília - O embaixador espanhol Carlos Alonso Zaldívar se mostrou hoje convencido de que a crise que atinge a zona do euro não prejudicará o fluxo de capitais da Espanha para o Brasil, que, como disse, "continua sendo atraente para investir". "Os investimentos espanhóis no Brasil têm uma história curta, de 15 anos", afirmou o […]
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2010 às 20h54.
Brasília - O embaixador espanhol Carlos Alonso Zaldívar se mostrou hoje convencido de que a crise que atinge a zona do euro não prejudicará o fluxo de capitais da Espanha para o Brasil, que, como disse, "continua sendo atraente para investir".
"Os investimentos espanhóis no Brasil têm uma história curta, de 15 anos", afirmou o embaixador da Espanha em Brasília em entrevista coletiva, lembrando as grandes privatizações de setores estratégicos realizadas em meados da década de 1990.
Alonso Zaldívar explicou que, apesar de ser um espaço de tempo breve para os negócios, o resultado desses 15 anos é que hoje 14% de todo o investimento estrangeiro no Brasil é espanhol, ou seja, 35 bilhões de euros.
Segundo o embaixador, em 2008 e 2009, já com a crise, o investimento espanhol no Brasil "se manteve em torno de 1 bilhão de euro anuais", o que diz que a "Espanha investiu nos bons e nos maus tampo também".
Esses resultados de 2008 e 2009, para ele, marcarão o futuro imediato, e a atual crise na zona do euro não desanimará as empresas espanholas, "que tiveram muita perseverança com o Brasil, pois o investimento no país é e será atraente".
Alonso Zaldívar previu inclusive que, se a União Europeia e o Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai) chegarem finalmente a um acordo de livre-comércio, esses investimentos seriam ainda mais potencializados pelas perspectivas de mercados que se abririam.
As negociações para esse acordo, estagnadas desde 2004, deverão ser retomadas a partir da cúpula da UE com a América Latina e o Caribe, na próxima semana em Madri.
Apesar das dificuldades atuais e de, em tempos de crise global, os protecionismos se fortalecerem, o embaixador disse crer que, desta vez, UE e Mercosul podem chegar a bom termo. Para ele, "relançar o comércio" é a melhor maneira de enfrentar as atuais turbulências.