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“Era preciso sinalizar um corte da taxa Selic”, diz Haddad sobre o Copom

Segundo ministro da Fazenda, juros reais no Brasil são os mais altos do mundo e há um descompasso entre o Banco Central e o restante do país

Em viagem oficial, Haddad volta a criticar decisão do Banco Central de manter os juros inalterados (Diogo Zacarias/Flickr)
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 22 de junho de 2023 às 15h25.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou mais uma vez o comunicado do Comitê de Política Monetária ( Copom ).Segundo ele, a decisão do Banco Central (BC) de manter os juros inalterados em 13,75% ao ano e não sinalizar um corte de juros em agosto “contrata uma inflação futura com aumento de carga tributária futura”.As declarações foram feitas durante viagem à Paris, em que Haddad acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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“O comunicado, como de hábito, é muito ruim. É o quarto comunicado e todos foram ruins. Às vezes, ele [Copom] corrige na ata, mas não alivia a situação. O descompasso entre o que acontece no Brasil com o dólar, com a curva de juros e com atividade econômica é claro", disse."Era preciso sinalizar um corte da taxa Selic, que é a mais alta do mundo. Estamos com juro real que deve estar batendo 8%.”

Descompasso

Haddad ainda afirmou que a decisão do BC também tem impacto nas contas públicas, na Bolsa de Valores e no varejo.Para ele, os juros inalterados afetam a arrecadação dos estados e municípios.

“Não há como negar que existe um descompasso. sou a favor de olhar para pesquisa e entendo dessas coisas. Agora, isso é um subsídio para a tomada de decisão. Não pode substituir a autoridade monetária. E quando tem uma pesquisa que está errando sistematicamente durante 6 meses, você precisa relativizar quando fala em ancoragem de expectativas", disse."Estou preocupado com o que vai acontecer na vida das pessoas. Estamos fazendo um esforço gigantesco de reversão de expectativas, desde o início do ano.”

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