Em meio a sanções do Ocidente, empresas russas investem em Cuba
A Rússia tem procurado parceiros alternativos em meio às sanções ocidentais pela invasão à Ucrânia
Redatora
Publicado em 19 de março de 2024 às 15h59.
A Rússia está expandindo seus laços econômicos e comerciais com Cuba, segundo a TASS, agência de notícias estatal russa. Mais de 100 empresas russas iniciaram operações em Cuba no último ano, disse Dmitry Chernyshenko, vice-primeiro-ministro russo, na última sexta-feira, 15.
O país tem procurado parceiros alternativos em meio às sanções ocidentais pela invasão à Ucrânia. A notícia pode ser promissora para Cuba, que tem sido alvo de sanções dos EUA por décadas, e enfrenta uma crise econômica desde a pandemia de COVID-19. A escassez de alimentos e apagões é frequente, e, no último domingo, centenas de pessoas fizeram um raro protesto na ilha, na segunda maior cidade do país, Santiago.
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As empresas que chegaram à ilha da América Central estão envolvidas em diversos setores, incluindo indústria, energia, bancos, agricultura, TI e turismo, disse Chernyshenko em uma reunião intergovernamental entre Rússia e Cuba. Ele não citou nomes de empresas.
Alguns bancos russos também estão considerando abrir escritórios representativos em Cuba, acrescentou Chernyshenko. Ele não citou nenhum banco em específico.
Apesar da guerra, a Rússia conseguiu manter sua economia funcionando ao direcionar seu comércio para mercados alternativos, incluindo Índia, China e Irã. Cuba já era uma aliada, e agora destino importante para investimentos russos. Em novembro, Rússia e Cuba assinaram um acordo para um programa de cooperação comercial e econômica que visa fortalecer os laços entre os dois países.
Apesar da aproximação, os laços Moscou-Havana pareciam apresentar rachaduras em setembro, quando o Ministério das Relações Exteriores de Cuba disse em um comunicado que estava trabalhando para "neutralizar e desmantelar" uma "rede de tráfico humano" na Rússia que estava recrutando cubanos para lutar na guerra na Ucrânia.
Uma investigação da agência de notícias Reuters publicada no mesmo mês descobriu que alguns cubanos pobres que se alistaram para lutar foram atraídos por ofertas de bônus russos e cidadanias aceleradas.