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Eleições foram mais prejudiciais ao Brasil do que ataques de 11/9

Após os ataques, a bolsa brasileira valia 106 bilhões de dólares; na véspera do primeiro turno eleitoral, em 2002, o valor era de 76 bilhões de dólares.

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h51.

Após dois anos, os efeitos dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 foram menos prejudiciais à economia brasileira do que a crise de confiança gerada pelas eleições presidenciais do ano passado. Estudo feito pela consultoria Economática mostra que o valor de mercado da Bovespa era de 126 bilhões de dólares um dia antes dos atentados nos Estados Unidos. Após os ataques, a bolsa valia 106 bilhões de dólares. Hoje, a Bovespa se recuperou e tem o seu valor de mercado acima do obtido há dois anos: 159 bilhões de dólares. Mas esse período não passou ileso. A grande crise veio em agosto de 2002, na véspera do primeiro turno eleitoral, quando a bolsa brasileira foi avaliada em 76 bilhões de dólares. Isso mostra que a bolsa teve uma variação positiva de 33,8 bilhões de dólares de 10 de setembro de 2001 a 9 de setembro de 2003. Enquanto isso, a bolsa americana sofreu desvalorização de 55,3 bilhões de dólares.

"É importante lembrar que o Ibovespa estava muito desvalorizado na época dos atentados, por isso o crescimento é maior. Mas os Estados Unidos não se recuperaram ainda. Quando o mercado local ensaiava uma recuperação, veio a Guerra do Iraque, e a bolsa americana perdeu novamente", afirma Einar Rivero, da Economática. Nesses dois anos, as bolsas americanas oscilaram em valor de 11,037 bilhões de dólares um dia antes dos atentados, passando para 8,930 bilhões de dólares na época da Guerra do Golfo, chegando a valer 10,98 bilhões no dia 9 de setembro deste ano. Isto é, ainda abaixo do período pré-atentado. Para completar o cenário, as bolsas do mundo sofreram com a crise de confiança gerada pelos escândalos financeiros das empresas americanas no ano passado. O valor de mercado das empresas é calculado considerando o preço da ação mais líquida (ON ou PN), multiplicado pela quantidade total de ações emitidas pela empresa (ON + PN). Para fazer parte da amostra, a ação tem de ter tido pelo menos um negócio em cada trimestre.

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Em porcentagem, o Ibovespa acumulou uma perda de 18,8% em 10 dias - de 10 a 21 de setembro de 2001. Até o dia 9 deste mês, porém, a variação é positiva em 17%. O índice Dow Jones teve uma queda de 14,3% no mesmo período de 2001, mas a recuperação foi pior ao longo de dois anos: queda de 1% no período.

Seis empresas brasileiras estão entre as melhores rentabilidades de ações das carteiras dos índices de nove países. A Companhia Siderúrgica Tubarão é a segunda colocada no ranking geral, perdendo apenas para a Geo Corporation, empresa mexicana de construção. Em dois anos, a CST acumulou variação positiva em dólar de 421,7%. A empresa mexicana se valorizou 503,3% no mesmo período. Gerdau, Usiminas, Klabin, CSN e Acesita também estão entre as empresas que mais se valorizaram. Do outro lado da moeda, a Net é a única empresa brasileira a fazer parte do ranking das piores rentabilidades e lidera o grupo com uma desvalorização de 93,3% em dólar.

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