Economistas reduzem projeção de expansão do PIB a 1,07%
Economistas de instituições financeiras voltaram a reduzir suas previsões de expansão da economia brasileira neste ano
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2014 às 09h42.
São Paulo - Pela sexta semana seguida, economistas de instituições financeiras reduziram suas previsões de expansão da economia brasileira neste ano, vendo queda ainda maior da indústria, mas ainda insuficientes para aliviarem a pressão sobre a inflação .
O Produto Interno Bruto ( PIB ) do país deve crescer apenas 1,07 por cento em 2014, expansão inferior ao avanço de 1,10 por cento previstos até então pela mediana dos especialistas consultados, mostrou a pesquisa semanal Focus do Banco Central nesta segunda-feira.
O cenário para a produção industrial é ainda pior, com expectativas de contração de 0,67 por cento neste ano, ante queda de 0,14 por cento.
Na semana passada, foi divulgado que a produção industrial do Brasil recuou 0,6 por cento em maio, terceiro mês seguido de resultado negativo e mais uma vez com fraqueza dos investimentos.
Para 2015, a pesquisa Focus mostrou que a mediana das estimativas não mudou sobre a expansão do PIB, a 1,50 por cento, mas também houve redução para a produção industrial, com crescimento de 2,10 por cento, ante 2,20 por cento.
Em 2013, o PIB brasileiro cresceu 2,5 por cento.
Inflação elevada
Nem mesmo a esperada perda de força na atividade foi suficiente para aliviar as expectativas sobre a inflação, com os economistas mantendo a previsão de que o IPCA fechará este ano e 2015 com alta de 6,46 e 6,10 por cento, respectivamente.
Ambos os casos estão próximos ao teto da meta do governo, de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
O próprio BC projeta uma alta de 6,4 por cento do IPCA neste ano, ao mesmo tempo em que calcula chances praticamente iguais de a inflação estourar ou não o teto da meta. Entre outros fatores, o que tem pesado nas contas da autoridade monetária são os preços administrados.
Pelo Focus, as projeções são de que esses preços vão subir 5,10 por cento neste ano e 7 por cento no próximo. Nos dois casos, os economistas pioraram suas visões, que viam alta de 5 e 6,75 por cento antes, respectivamente.
Para os próximos 12 meses, a estimativa de alta do IPCA pelo Focus recuou ligeiramente neste ano, a 5,89 por cento, frente a 5,91 por cento.O IBGE divulga na terça-feira o IPCA de junho. O índice vem mostrando desaceleração nas leituras mensais, mas em 12 meses ainda se mantém próximo do teto da meta oficial.
Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que a inflação deve convergir para a meta se as condições monetárias forem mantidas, e que deflação nos índices gerais de preços tende a se refletir com mais intensidade nos preços ao consumidor.[
Com isso, sinalizou mais uma vez que a Selic não deve subir tão cedo, expectativa corroborada pelo Focus, cuja mediana é de que ela termine o ano no atual nível de 11 por cento. Para o final de 2015, as contas também não mudaram, com a taxa básica de juros a 12 por cento.
Um novo ciclo de aperto monetário somente começaria em janeiro de 2015, com alta de 0,25 ponto percentual, sem alteração sobre a semana anterior, mostrou o Focus.
Atualizado às 9h42