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Economistas descartam corte imediato da taxa de juros

Os economistas José Francisco de Lima Gonçalves, do Banco Fator, e Fernando Montero, da Corretora Convenção, não acreditam que a elevação superávit vai convencer o BC

O Copom começa hoje e termina amanhã. Há expectativa de corte da Selic (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2011 às 08h26.

Brasília - Foi uma boa tentativa, mas a elevação da meta de resultado das contas públicas em R$ 10 bilhões não será suficiente para convencer o Banco Central (BC) a cortar a taxa de juros na reunião que começa hoje e termina amanhã do Comitê de Política Monetária (Copom). Essa é a avaliação dos economistas José Francisco de Lima Gonçalves, do Banco Fator, e Fernando Montero, da Corretora Convenção.

Segundo ambos, ainda há dúvidas sobre o comportamento dos preços. É uma visão distinta dos operadores de mercado, que não descartam um corte na taxa Selic hoje. "A inflação brasileira tem componentes, como serviços e mercado de trabalho, que não vão despencar por causa da recessão nos Estados Unidos e na Europa", disse Gonçalves.

O reajuste de 10% dos metalúrgicos do ABC é um exemplo de pressão inflacionária, comentou Montero. Salários em alta alimentam o consumo e impedem a queda nos preços, sobretudo em serviços, que não têm concorrência com importados.

Essa avaliação não conta com o apoio dos sindicalistas que, aliás, reclamaram dela na reunião com a presidente Dilma Rousseff. "O Banco Central tem de parar com essa tese que salário é inflacionário", disse o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho.

Eleições

Há dúvidas também sobre o comportamento das contas públicas no ano eleitoral de 2012. O governo já tem contratadas despesas elevadas, como o aumento do salário mínimo, que custará R$ 23 bilhões, e o pagamento de precatórios, que consumirá perto de R$ 7 bilhões.

Estão em curso, ainda, negociações com os servidores para novos reajustes. Esses fatores também impulsionam o consumo e, com isso, a inflação.

Em algumas semanas, porém, o esfriamento da economia decorrente da crise se refletirá nos índices de preços e, aí sim, o BC terá espaço para cortar os juros. "Na quarta semana de setembro e meados de outubro, teremos índices mais baixos", aposta Gonçalves. O Copom volta a se reunir em 18 e 19 de outubro.

A despeito das desconfianças dos economistas, Paulinho disse ter saído da reunião com Dilma com a impressão de que ela espera um corte imediato."Ela falou para esperarmos "as medidas" e só discutiu uma. Acho que a outra é o corte nos juros", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - Foi uma boa tentativa, mas a elevação da meta de resultado das contas públicas em R$ 10 bilhões não será suficiente para convencer o Banco Central (BC) a cortar a taxa de juros na reunião que começa hoje e termina amanhã do Comitê de Política Monetária (Copom). Essa é a avaliação dos economistas José Francisco de Lima Gonçalves, do Banco Fator, e Fernando Montero, da Corretora Convenção.

Segundo ambos, ainda há dúvidas sobre o comportamento dos preços. É uma visão distinta dos operadores de mercado, que não descartam um corte na taxa Selic hoje. "A inflação brasileira tem componentes, como serviços e mercado de trabalho, que não vão despencar por causa da recessão nos Estados Unidos e na Europa", disse Gonçalves.

O reajuste de 10% dos metalúrgicos do ABC é um exemplo de pressão inflacionária, comentou Montero. Salários em alta alimentam o consumo e impedem a queda nos preços, sobretudo em serviços, que não têm concorrência com importados.

Essa avaliação não conta com o apoio dos sindicalistas que, aliás, reclamaram dela na reunião com a presidente Dilma Rousseff. "O Banco Central tem de parar com essa tese que salário é inflacionário", disse o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho.

Eleições

Há dúvidas também sobre o comportamento das contas públicas no ano eleitoral de 2012. O governo já tem contratadas despesas elevadas, como o aumento do salário mínimo, que custará R$ 23 bilhões, e o pagamento de precatórios, que consumirá perto de R$ 7 bilhões.

Estão em curso, ainda, negociações com os servidores para novos reajustes. Esses fatores também impulsionam o consumo e, com isso, a inflação.

Em algumas semanas, porém, o esfriamento da economia decorrente da crise se refletirá nos índices de preços e, aí sim, o BC terá espaço para cortar os juros. "Na quarta semana de setembro e meados de outubro, teremos índices mais baixos", aposta Gonçalves. O Copom volta a se reunir em 18 e 19 de outubro.

A despeito das desconfianças dos economistas, Paulinho disse ter saído da reunião com Dilma com a impressão de que ela espera um corte imediato."Ela falou para esperarmos "as medidas" e só discutiu uma. Acho que a outra é o corte nos juros", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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