Economista-chefe do Banco Mundial renuncia após polêmica
Paul Romer afirmou que o ranking de competitividade da entidade sobre o Chile estava manipulado politicamente
EFE
Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 19h59.
Washington - O economista-chefe do Banco Mundial (BM), Paul Romer, anunciou nesta quarta-feira sua intenção de deixar o cargo com "efeito imediato" após a controvérsia causada por suas afirmações de que o ranking de competitividade da entidade sobre o Chile estava manipulado politicamente, algo do qual se retratou depois.
Em uma comunicação interna do BM que a Agência Efe teve acesso Efe, o diretor do órgão, Jim Yong Kim, informou aos funcionários que a renúncia de Romer, que estava há apenas 15 meses no cargo, tem "efeito imediato".
"Apreciei a honestidade e a franqueza de Paul, e sei que ele lamenta as circunstâncias da sua saída", disse Kim.
O presidente do principal banco de desenvolvimento mundial acrescentou que Romer é "um excelente economista e uma pessoa perspicaz", e que teve "muitas conversas boas sobre temas geopolíticos, de urbanização, e o futuro do trabalho" com ele.
Romer voltará a seu cargo como professor na Universidade de Nova York.
Em um artigo publicado no "The Wall Street Journal", o economista-chefe do BM pediu desculpas ao Chile pela manipulação dos dados do país na classificação, com quedas no governo de Michelle Bachelet e aumentos durante a gestão anterior de Sebastián Piñera, e questionou a metodologia utilizada.
As palavras de Romer provocaram protestos por parte do governo do Chile, que exigiu uma explicação acerca da sua posição no relatório "Doing Business" ("Fazendo Negócios", em tradução livre), o mais influente do BM e que analisa a facilidade para realizar negócios em diferentes países
Desde a sua chegada ao Banco Mundial, Romer teve vários atritos com a equipe da instituição, entre ouros motivos, pela falta de clareza na elaboração dos relatórios.
Kim indicou que, como consequência, será aberta uma busca global para encontrar um novo economista-chefe.