Economia

Economia brasileira está prepara para efeitos da guerra, dizem ministros

A economia brasileira está preparada para resistir aos impactos da guerra longa contra o Iraque. Para os ministros do Planejamento, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, os indicadores econômicos indicam que o país está no rumo certo. A afirmação foi feita durante a Assembléia de Governadores do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h51.

A economia brasileira está preparada para resistir aos impactos da guerra longa contra o Iraque. Para os ministros do Planejamento, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, os indicadores econômicos indicam que o país está no rumo certo. A afirmação foi feita durante a Assembléia de Governadores do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que acontece em Milão. O evento pretende criar propostas para o desenvolvimento da América Latina e do Caribe. Os ministros afirmaram também que não acreditam que os Estados Unidos adotarão represálias comerciais devido à oposição brasileira ao conflito.

"Entre os países emergentes, talvez seja o Brasil que menos se viu afetado por este conflito bélico. Pelo risco-país, os indicadores econômicos e a reconstituição do crédito parecem os menos afetados", afirmou Mantega. E Furlan completou: "Consideramos que este conflito não parece inquietante para nosso mercado, porque há uma recuperação parcial do Mercosul, a Argentina já superou o pior e o Brasil prevê este ano retomar as vendas para a Argentina".

Furlan, porém, afirmou que as divisões geopolíticas globais podem congelar as discussões no seio da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Temo que isto possa afetar as negociações da Organização Mundial do Comércio, uma vez que os principais atores mundiais ficam divididos, como no caso da Europa, com França e Alemanha de um lado e Grã-Bretanha e Espanha de outro."

Para o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o Brasil precisa progredir nas reformas para mostrar austeridade fiscal aos investidores. "Existe uma urgência política porque (as reformas) são importantes para o futuro", disse Meirelles, que também está em Milão.

O Banco Central, porém, reduziu a sua previsão de investimentos diretos no país de 15 bilhões de dólares para 13 bilhões de dólares. A previsão inicial era de 16 bilhões de dólares. A nova expectativa é a mesma dos analistas e economistas do mercado financeiro ouvidos semanalmente pelo banco. "Isso é uma evolução normal da situação global, os níveis de investimentos diminuíram no mundo inteiro", disse Meirelles. "Não acho que tenha nada específico, esse comportamento está dentro do nível de atividade não apenas do Brasil."

O ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, previu um crescimento de mais de 4% para o país em 2003. Ele ressaltou, no entanto, que a atividade econômica da Argentina poderá alcançar este patamar de crescimento em 2003 "se as tendências atuais forem mantidas".

Agência para a América Latina

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, anunciou a criação de uma agência especial para a promoção e o desenvolvimento do comércio com a América Latina. A agência será em Milão e terá 10 milhões de euros para promover programas para a formação de empresários, criação de sociedades mistas entre pequenas e médias empresas, assim como a colaboração entre entidades culturais italianas e sul-americanas. Segundo a entidade, 67 empresas milanesas têm sede em países da América Latina, nas quais trabalham cerca de 20.000 pessoas.

Iglesias apresentou um estudo do BID que estima uma taxa média de crescimento de 1,5% a 2% para a região para este ano. Para 2004, a previsão é de 4%. Para o Brasil, corretora americana Merril Lynch elevou a projeção de crescimento para 1,6% do PIB, contra a estimativa anterior de 1,1%.

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