Duterte anuncia "separação" econômica entre Filipinas e EUA
O líder filipino disse que os EUA não pode ser visto como "o mais poderoso do mundo (...), porque deve à China muitos empréstimos"
EFE
Publicado em 20 de outubro de 2016 às 11h27.
Última atualização em 20 de outubro de 2016 às 11h32.
Pequim - O presidente filipino , Rodrigo Duterte, anunciou nesta quinta-feira a "separação" econômica com seu principal aliado, Estados Unidos , durante um fórum de negócios chinês-filipino realizado em Pequim.
Duterte, que não deu mais detalhes a respeito, fez esse comentário em um discurso muito crítico aos EUA realizado perante o vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Gaoli, e após ter presenciado a assinatura de 13 acordos de cooperação com a segunda economia mundial junto a seu colega chinês, Xi Jinping.
Em sua alocução, muito fagueira rumo a Pequim, o líder filipino disse que os EUA não pode ser visto como "o mais poderoso do mundo (...), porque deve à China muitos empréstimos".
Duterte também afirmou que espera poder receber empréstimos da China, "não de graça", esclareceu, "para melhorar a vida dos cidadãos filipinos".
O secretário de Finanças filipino, Carlos Domínguez, rebaixou o tom de Duterte em comunicado divulgado posteriormente, no qual apesar de afirmar que Manila "dará um firme giro rumo à integração econômica regional" com a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), "manterá relações com Ocidente".
"Desejamos -indicou- uma integração mais forte com nossos vizinhos. Compartilhamos cultura e um maior entendimento com nossa região. As Filipinas são integradas com os países da Asean, China, Japão e Coreia do Sul".
China e Filipinas assinaram hoje 13 acordos sobre investimentos, finanças, energia, agricultura, imprensa, turismo, luta antidrogas, vigilância marítima, infraestruturas e controle de qualidade, enquanto Xi garantiu que incentivará os empresários chineses aos que "invistam nas Filipinas".
O secretário de Comércio filipino, Ramón López, anunciou nesta quinta-feira que Pequim e Manila assinariam acordos no valor de US$ 13,5 bilhões durante a visita de Duterte e espera-se que, além dos de hoje, sejam assinados mais amanhã -quando acaba sua estadia- no âmbito privado.
A China foi em 2015 o segundo parceiro comercial das Filipinas, atrás do Japão e à frente dos Estados Unidos, segundo números do governo filipino.
Pequim também levantou hoje a recomendação a seus cidadãos para que não viajem para Filipinas, estabelecida pelas tensões bilaterais por territórios do mar da China Meridional e que fez minguar o turismo nos últimos anos.
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