Disputas entre Brasil e Argentina exigem mais integração
Para analistas, processo de integração entre os dois países não representa uma alternativa, mas uma obrigação
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2012 às 16h31.
Rio de Janeiro - As divergências comerciais entre Brasil e Argentina serão superadas em negociações e com uma maior integração produtiva, concordaram empresários, diplomatas e acadêmicos dos dois países em um seminário realizado nesta segunda-feira no Rio de Janeiro.
Os conferencistas minimizaram a importância das atuais disputas comerciais e disseram confiar que serão resolvidas pelo diálogo, pois consideram que o processo de integração entre os dois países não representa uma alternativa, mas uma obrigação.
Os participantes do seminário também coincidiram que a superação das divergências exige que os dois países deixem de limitar suas relações ao âmbito comercial e a estendam a outras áreas, principalmente aos investimentos e à integração produtiva.
''Apesar das disputas, a associação entre Brasil e Argentina não é uma alternativa ou uma opção a escolher, mas uma obrigação da qual já não se pode fugir'', declarou o presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), embaixador Luiz Augusto de Castro Neves.
Para ele, só unidos os dois países poderão superar os desafios da atual crise econômica mundial.
''Acho que os atuais problemas serão superados pela negociação'', disse o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece), Ivan Ramalho, referindo-se às licenças não automáticas de importação e a outras barreiras que ambos os países impuseram ao comércio bilateral.
Ramalho lembrou que a Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil e um importante investidor, mas que, quando se leva em conta o comércio de produtos de alto valor agregado, o país vizinho é o principal parceiro dos brasileiros.
O líder empresarial explicou que, enquanto a pauta exportadora do Brasil com o resto do mundo segue concentrada na agropecuária, na mineração e nos produtos primários, com a Argentina há um aumento dos produtos manufaturados. Dos US$ 22 bilhões em exportações brasileiras à Argentina no ano passado, US$ 20 bilhões foram de manufaturados, segundo números da Abece.
O cônsul-geral da Argentina no Rio de Janeiro, Marcelo Bertoldi, ressaltou que a melhor forma de superar as divergências é mediante um aumento dos investimentos e da integração produtiva.
Ele mencionou recentes acordos de empresas dos dois países para produzir conjuntamente itens como tratores e destacou os investimentos de grandes grupos brasileiros, como a Camargo Corrêa, para produzir diretamente na Argentina.
Segundo o diplomata, a Argentina é o sexto principal destino dos investimentos produtivos brasileiros e o primeiro entre países emergentes. ''Uma maior integração é fundamental para que os dois países possam fazer frente à crise internacional. Concordo que não temos outra alternativa, a não ser a integração''.
O diretor de Comércio Exterior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luiz Filipe de Castro Neves, disse que, após a crise financeira argentina de 2001/2002, o valor dos empréstimos da entidade para empresas brasileiras com projetos na Argentina subiu de US$ 310 milhões em 2007 para US$ 803 milhões no ano passado.
O BNDES financia atualmente 13 projetos de empresas brasileiras na Argentina, principalmente para a construção de gasodutos e obras de infraestrutura, que exigem investimentos na ordem de US$ 5,1 bilhões, acrescentou Castro Neves.
Rio de Janeiro - As divergências comerciais entre Brasil e Argentina serão superadas em negociações e com uma maior integração produtiva, concordaram empresários, diplomatas e acadêmicos dos dois países em um seminário realizado nesta segunda-feira no Rio de Janeiro.
Os conferencistas minimizaram a importância das atuais disputas comerciais e disseram confiar que serão resolvidas pelo diálogo, pois consideram que o processo de integração entre os dois países não representa uma alternativa, mas uma obrigação.
Os participantes do seminário também coincidiram que a superação das divergências exige que os dois países deixem de limitar suas relações ao âmbito comercial e a estendam a outras áreas, principalmente aos investimentos e à integração produtiva.
''Apesar das disputas, a associação entre Brasil e Argentina não é uma alternativa ou uma opção a escolher, mas uma obrigação da qual já não se pode fugir'', declarou o presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), embaixador Luiz Augusto de Castro Neves.
Para ele, só unidos os dois países poderão superar os desafios da atual crise econômica mundial.
''Acho que os atuais problemas serão superados pela negociação'', disse o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece), Ivan Ramalho, referindo-se às licenças não automáticas de importação e a outras barreiras que ambos os países impuseram ao comércio bilateral.
Ramalho lembrou que a Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil e um importante investidor, mas que, quando se leva em conta o comércio de produtos de alto valor agregado, o país vizinho é o principal parceiro dos brasileiros.
O líder empresarial explicou que, enquanto a pauta exportadora do Brasil com o resto do mundo segue concentrada na agropecuária, na mineração e nos produtos primários, com a Argentina há um aumento dos produtos manufaturados. Dos US$ 22 bilhões em exportações brasileiras à Argentina no ano passado, US$ 20 bilhões foram de manufaturados, segundo números da Abece.
O cônsul-geral da Argentina no Rio de Janeiro, Marcelo Bertoldi, ressaltou que a melhor forma de superar as divergências é mediante um aumento dos investimentos e da integração produtiva.
Ele mencionou recentes acordos de empresas dos dois países para produzir conjuntamente itens como tratores e destacou os investimentos de grandes grupos brasileiros, como a Camargo Corrêa, para produzir diretamente na Argentina.
Segundo o diplomata, a Argentina é o sexto principal destino dos investimentos produtivos brasileiros e o primeiro entre países emergentes. ''Uma maior integração é fundamental para que os dois países possam fazer frente à crise internacional. Concordo que não temos outra alternativa, a não ser a integração''.
O diretor de Comércio Exterior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luiz Filipe de Castro Neves, disse que, após a crise financeira argentina de 2001/2002, o valor dos empréstimos da entidade para empresas brasileiras com projetos na Argentina subiu de US$ 310 milhões em 2007 para US$ 803 milhões no ano passado.
O BNDES financia atualmente 13 projetos de empresas brasileiras na Argentina, principalmente para a construção de gasodutos e obras de infraestrutura, que exigem investimentos na ordem de US$ 5,1 bilhões, acrescentou Castro Neves.