Economia

Diretora-gerente do FMI elogia plano econômico proposto pela Argentina

O comunicado do FMI coincide com a convocação de uma greve geral que exige que Macri, marcada para o dia 25 de junho, mude a política econômica da Argentina

O presidente da Argentina, divulgará ainda hoje (13) o pedido formal do resgate, o maior da história do país (Enrique Marcarian/Reuters)

O presidente da Argentina, divulgará ainda hoje (13) o pedido formal do resgate, o maior da história do país (Enrique Marcarian/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de junho de 2018 às 15h58.

Última atualização em 13 de junho de 2018 às 15h58.

Washington - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, elogiou nesta quarta-feira o realismo das metas de inflação previstas no plano que a Argentina elaborou para pedir um regaste de US$ 50 bilhões à organização.

"Os objetivos econômicos são significativos e existe uma articulação completa das políticas subjacentes, o que ajudará o governo a atingir suas metas", explicou Lagarde em comunicado.

Lagarde ressaltou que a proposta inclui metas fiscais ambiciosas a médio prazo para o governo federal e estabelece metas de inflação realistas, que guiarão a condução da política monetária.

A diretora-gerente do FMI também revelou como a Argentina pretende gastar os US$ 50 bilhões pedidos no empréstimo. No plano, a solicitação é que um terço do valor total seja desembolsado já na aprovação do programa, o que deve ocorrer no próximo dia 20. Outros US$ 7,5 bilhões ficarão como "apoio orçamentário".

O restante do dinheiro será tratado com caráter preventivo.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, divulgará ainda hoje o pedido formal do resgate, o maior da história do país.

"Com as garantias formais oferecidas pelo governo argentino, hoje enviaremos o relatório técnico ao Diretório Executivo do FMI, que avaliará a solicitação da Argentina no dia 20", disse Lagarde.

O comunicado do FMI coincide com a convocação de uma greve geral para o próximo dia 25 de junho. A manifestação está sendo organizada pela maior central sindical do país, que exige que Macri mude a política econômica da Argentina.

O programa estabelece como meta um déficit primário de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, de 1,3% em 2019 e um equilíbrio em 2020. Para a inflação, as metas são de 17% para o próximo ano, 13% em 2020 e 9% em 2021.

Além dos US$ 50 bilhões pedidos ao FMI, a Argentina receberá outros US$ 5,6 bilhões em um empréstimo conjunto feito por Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial e Banco de Desenvolvimento da América Latina.

Macri negociou um plano de resgate para atenuar a abrupta desvalorização do peso argentino em relação ao dólar no início de maio.

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