Economia

Diretor do Ipea prevê alta de até 4% do PIB em 2012

Embora tenha ressaltado que as projeções do instituto ainda não foram fechadas, o especialista classificou o nível de crescimento para 2012 como "bastante provável"

O Ipea admitiu que o pior cenário para o Brasil seria a transformação da crise europeia em crise financeira global, aos moldes da registrada em 2008 (Dennis Grombkowski/Getty Images)

O Ipea admitiu que o pior cenário para o Brasil seria a transformação da crise europeia em crise financeira global, aos moldes da registrada em 2008 (Dennis Grombkowski/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2012 às 19h44.

Rio de Janeiro - A economia brasileira pode crescer entre 3,5% e 4% em 2012, acima de 2011, que deve mostrar taxa em torno de 3% a 3,5%, nas palavras do diretor adjunto da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Dimac/Ipea), Cláudio Amitrano.

Embora tenha ressaltado que as projeções numéricas do instituto para este ano ainda não foram fechadas, o especialista classificou o nível de crescimento para 2012 como "bastante provável", caso não ocorra piora na crise europeia. "Mas este ainda não é o número fechado. Precisamos avaliar o que vai acontecer no último trimestre de 2011 para ter uma visão melhor", frisou, lembrando que o PIB do quarto trimestre do ano passado ainda não foi anunciado.

Durante divulgação do Comunicado 130 do instituto, "Algumas Considerações sobre a Desaceleração do PIB em 2011", Amitrano explicou que o informe do Ipea projeta diferentes fotografias para o ambiente da economia brasileira em 2012. Ele admitiu que o pior cenário seria a transformação da crise europeia em crise financeira global, aos moldes da registrada em 2008. "Seria um cenário tenebroso", disse.

Embora tenha destacado que esta não é a hipótese mais provável, admitiu que, caso ocorra, teria profundos impactos negativos na economia brasileira este ano. Na análise do especialista, para que tal cenário ocorra, seria preciso ação equivocada ou atrasada do Banco Central Europeu (BCE) e das autoridades europeias nas soluções de pagamento das dívidas soberanas de países em mau estado econômico, como Itália e Grécia. "Assim, a crise ainda restrita ao espaço da zona do euro transbordaria para outras esferas", afirmou. "É uma possibilidade. Não é a mais provável, mas é uma possibilidade."

Amitrano comentou que, em sua avaliação, as autoridades europeias estão cientes do risco e não devem permitir a ocorrência do pior cenário. No entanto, lembrou que as instituições também lidam com o "imponderável", como fatores políticos não controláveis. Foi o caso do plebiscito grego para aprovação popular do acordo sobre a dívida daquele país - mesmo após árduas negociações entre os países europeus, no âmbito da União Europeia (EU), para formulação do acordo. "Mas eu sou um otimista. Acredito que a situação externa vai melhorar", afirmou.

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