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Desvalorização do real e juros baixos;são melhor cenário para o país

Para o economista-chefe do Banco Calyon Brasil, Dalton Gardimam, combinação de juros baixos e de dólar caro seria mais saudável e sustentável para o país

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h24.

No médio e longo prazos, uma combinação de juros baixos e dólar fortalecido é "muito mais saudável e sustentável" para a economia brasileira, de acordo com Dalton Gardimam, economista-chefe do Banco Calyon Brasil. "A apreciação cambial e os juros altos são problemas gêmeos", afirma. Para Gardimam, é pequena a possibilidade de uma desvalorização do real no curto prazo, mas há sinais de que isso ocorrerá em algum momento.

Com a economia internacional aquecida pelo desenvolvimento da China e de outros países, as exportações brasileiras têm batido sucessivos recordes. O saldo comercial, até a primeira quinzena de abril, já atingiu 10 bilhões de dólares um terço dos 33 bilhões registrados ao longo de todo o ano passado. Com isso, as expectativas é que o país apresente, em 2005, um superávit comercial mais acentuado que o de 2004.

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O bom desempenho das exportações enfraquece os argumentos dos setores que criticam a atual taxa de câmbio, como osetor calçadista, cujas exportações caíram 11% no primeiro trimestre. "Fica difícil, no sentido macroeconômico, apontar um grande problema na balança comercial proveniente da apreciação cambial", afirma Gardimam.

Médio prazo

Para o economista, porém, essa situação não se sustentará no médio prazo, já que a demanda mundial tende a arrefecer, pressionada pela desaceleração da China, entre outros motivos. A redução do ritmo da economia no exterior deverá provocar conseqüências diretas para o Brasil. Na avaliação de Gardimam, o governo brasileiro será levado a baixar a taxa básica de juros (Selic) para estimular o crescimento da economia, ao mesmo tempo em que o real começará a se desvalorizar com a redução do ingresso de dólares pelo comércio internacional.

O país atingiria uma nova situação de equilíbrio, em que os juros seriam menores e o real, mais desvalorizado. "Em vez de juros a 19% [ao ano] e o real a 2,55 por dólar, seria muito mais saudável e sustentável ver os juros a 15% e o dólar, a 3 reais", afirma Gardimam.

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