Economia

Desigualdade social diminui com;queda da renda;dos mais ricos

Segundo o IBGE, entre 2002 e 2003, a parcela dos brasileiros mais ricos apresentou uma queda nos rendimentos maior que a sofrida pela população mais pobre no período

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h51.

O Brasil registrou uma ligeira redução da desigualdade social entre 2002 e 2003, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O que poderia ser uma boa notícia foi causado, na verdade, pela perda de poder aquisitivo de toda a população, devido à crise econômica do primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva quando o Produto Interno Bruto cresceu apenas 0,5% (se você é assinante, leia reportagem de EXAME sobre a combinação incomum entre queda da renda e aumento do consumo, verificada no Brasil em 2003).

Segundo o IBGE, o rendimento médio dos 40% mais pobres caiu 3% no ano retrasado, em relação a 2002. Com isso, essa parcela da população apresentou renda média mensal de 185,27 reais em 2003. Já para os 10% mais ricos, a queda dos rendimentos foi mais acentuada: 9%. Assim, essa camada passou a ganhar, em média, 3 130,61 reais por mês ou 16,9 vezes mais que os 40% mais pobres. No ano anterior, a proporção havia sido de 18 vezes, o que indica a pequena desconcentração de renda ocorrida no país entre esses anos.

De acordo com a pesquisa, o rendimento caiu para todas as categorias de ocupação em 2003. O rendimento médio mensal dos brasileiros foi de 726,60 reais, cifra 7,5% menor que a do ano anterior. Os trabalhadores sem carteira assinada e os militares e servidores públicos apresentaram as maiores perdas de renda, com 9,4%, para 404,50 reais por mês, e 9%, para 1 210,90 reais por mês, respectivamente. Os empregados domésticos foram os que menos perderam renda naquele ano: 4,5%, para 332,70 reais.

Mais trabalho

Com o rendimento individual em queda, aumentou a pressão para que os membros das famílias entrassem no mercado de trabalho. A indústria foi o setor que mais absorveu essa mão-de-obra, respondendo por 14,4% da População Economicamente Ativa (PEA), que atingiu 79,233 milhões de pessoas em 2003. A percentagem representa um incremento de 1% sobre 2002.

Já a construção civil reduziu em 0,6% sua participação na PEA. Os demais setores, como comércio e serviços, mantiveram o mesmo percentual de 2002. O setor agrícola foi o que mais empregou trabalhadores: 20,7% da PEA, à frente do comércio, com 17,7%.

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