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Desemprego nos EUA alcança mínimos históricos em 15 anos

Os 1,4 milhão de novos empregos criados no primeiro semestre do ano deixaram o percentual de desemprego em um mínimo histórico desde setembro de 1999

Feira de empregos em Chicago: São 200 mil empregos novos por mês (Scott Olson/AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 19h00.

Washington - Pela primeira vez desde 1999 o mercado de trabalho dos Estados Unidos registrou cinco meses consecutivos de criação de postos de trabalho e, em junho, o desemprego chegou a 6,1%, dois décimos a menos que em maio, informou o Departamento de Trabalho nesta quinta-feira.

Os 1,4 milhão de novos empregos criados no primeiro semestre do ano deixaram o percentual de desemprego em um mínimo histórico desde setembro de 1999, disse Jason Furman, principal assessor econômico da Casa Branca.

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"Os números de crescimento estão acima dos 200 mil novos empregos" a cada mês desde fevereiro, algo que não acontecia desde setembro de 1999, ressaltou Furman.

Com 288 mil postos de trabalho, o emprego nos Estados Unidos aumentou acima das previsões em vários setores da economia, já que economistas privados calculavam que em junho haveria um crescimento mínimo ou praticamente nulo do emprego.

Os dados em alta do mercado de trabalho americano em junho situam o desemprego abaixo do 6,5% previsto pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano), o melhor número desde setembro de 2008.

Este diminuição do desemprego no primeiro semestre de 2014 é consistente com as previsões do Fed no longo prazo, que ficaram em 5,7% para 2015 e 5,5% para 2016.

Diante desses resultados, o líder do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus, disse hoje em comunicado que "ainda sobram milhões de desempregados que não puderam encontrar trabalho durante o governo do presidente Barack Obama".

"Às vésperas do Dia da Declaração de Independência vemos com pesar que o sonho americano é inalcançável para muitos", acrescentou Priebus.

O relatório de junho revelou que o emprego privado foi especialmente favorecido com o aumento das contratações em setores como comércio, hotelaria, saúde, serviços, transporte, manufatura, mercado imobiliário e seguros.

Os setores de serviços profissionais e comércio registraram alta de 67 mil e 40 mil novos empregos, respectivamente, principalmente pelo crescimento registrado nos serviços de gestão e tecnologia, e pelo aumento da venda de carros e material de construção.

Já o setor atacadista somou 15 mil novos postos de trabalho em junho, e já acumula 140 mil novos empregos desde janeiro.

A remuneração dos empregados do setor privado aumentou 2% desde janeiro, e ficou em média em US$ 24,45 a hora.

Pelo quarto mês consecutivo junho registrou uma média semanal de 34,5 horas trabalhadas por funcionário. Mas também o número de trabalhadores de meio período tempo aumentou em 275 mil pessoas, até 7,5 milhões.

O republicano Priebus atribuiu a diminuição do índice de desemprego em junho "aos milhões de cidadãos que desistiram de buscar trabalho".

Mas o relatório indicou que o número de trabalhadores que não procuram emprego por terem se dado por vencidos foi de 676 mil em junho, o que representa uma diminuição de 351 mil pessoas em relação a um ano atrás.

Quanto ao número de pessoas desempregadas, em junho esse diminuiu em 325 mil pessoas, ficando em 9,5 milhões, e mostrou uma queda no desemprego juvenil, um dos maiores problemas do mercado de trabalho americano, que ficou em 21%.

Entre os hispânicos, o desemprego foi de 7,8%, contra 7,7% em maio e 7,3% em abril, o que provocou reações do Comitê Nacional Republicano (CNR), cuja porta-voz, Izzy Santa, cobrou o presidente Barack Obama para que tome medidas a respeito.

"Os números lamentáveis de desemprego entre os latinos confirmam que os democratas ainda não cumpriram sua promessa de criar fontes de trabalho para os hispânicos", disse Santa. EFE

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