Dersa culpa Copa e Lava Jato por atrasos em obras
A estatal já adiou a data de entrega dos empreendimentos em até 16 meses
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2015 às 08h54.
Última atualização em 22 de fevereiro de 2018 às 15h16.
São Paulo — Responsável pelas principais obras viárias paulistas, a Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) culpou a Copa do Mundo de 2014 e a Operação Lava Jato , da Polícia Federal, pelos atrasos na construção do Trecho Norte do Rodoanel, na Grande São Paulo, e da Nova Tamoios Contornos, no litoral norte.
A estatal do governo Geraldo Alckmin (PSDB) já adiou a data de entrega dos empreendimentos em até 16 meses.
Em seu relatório de administração de 2014, divulgado no fim de abril, a Dersa informa que a "queda na produtividade da construção civil, observada ao longo de junho e julho, decorrente dos feriados e reduções de jornada motivadas pela Copa do Mundo, trouxeram impacto negativo sobre o avanço dos empreendimentos, em especial o Rodoanel Norte e a Nova Tamoios Contornos".
Juntas, as obras custam R$ 5,2 bilhões.
Ainda segundo a estatal, a partir do segundo semestre, os empreendimentos sofreram com a "descapitalização de construtoras, resultado dos desdobramentos da Operação Lava Jato", citando a investigação que já resultou na prisão e na abertura de inquérito contra diretores de cinco empreiteiras responsáveis pelas obras paulistas.
No mês passado, o presidente da Dersa, Laurence Casagrande, disse que as obras do Rodoanel estão em ritmo lento, e o atraso pode fazer com que o governo Alckmin cancele o contrato com as empreiteiras.
A entrega do Trecho Norte havia sido prometida pelo tucano para fevereiro de 2016, mas agora a previsão é junho de 2017.
Já no caso da Tamoios, a conclusão da ampliação de 37 km na região do litoral norte já foi adiada de junho de 2017 para março de 2018 pela Dersa.
Em nota, a Dersa afirma que "as informações dizem respeito ao exercício 2014" e "as reduções de jornada e feriados determinados em função da Copa do Mundo representaram impactos sobre o resultado da companhia naquele exercício".
Depois disso, a Dersa afirma trabalhar com seus contratados no sentido de eliminar ou reduzir esse efeito ao longo dos exercícios atual e futuros.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.