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Déficit no balanço de pagamentos preocupa, diz Levy

O ministro da Fazenda disse que grandes parceiros comerciais estão revertendo políticas anticíclicas, o que impacta no balanço de pagamentos brasileiro

Ministro da Fazenda, Joaquim Levy: "hoje temos um déficit perto de 5% do PIB, é muito grande, é preocupante" (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2015 às 16h21.

São Paulo - O ministro da Fazenda , Joaquim Levy , disse nesta segunda-feira, 30, durante fórum empresarial promovido pelo grupo Lide, que grandes parceiros comerciais do Brasil estão revertendo políticas anticíclicas e que isso tem impacto no balanço de pagamentos do país.

É o caso dos Estados Unidos, que já promoveram um ajuste fiscal e agora devem começar a normalizar a política monetária, e da China, que passa por uma transição, com menos investimentos.

"Tudo isso se reflete também no balanço de pagamentos, mostra o quanto de poupança externa a gente precisa para se manter. Hoje temos um déficit perto de 5% do PIB, é muito grande, é preocupante", comentou.

"O ajuste no preço da moeda é importante para permitir que a gente entre em uma trajetória mais sustentável das contas externas, ajude a aumentar a poupança doméstica, porque sem isso a gente não vai crescer".

Recuperação

O ministro disse ainda que o cenário de recuperação econômica traçado pelo governo pode não se concretizar se houver retrocesso no ajuste e o Brasil perder o grau de investimento. Por outro lado, se o governo seguir com as medidas propostas, o País poderá entrar em nova fase de crescimento.

"Se evitarmos os riscos, passaremos rapidamente pelo ajuste e teremos novas condições para um período de crescimento bastante significativo. O Brasil tem muitas coisas a seu favor", comentou.

Levy disse que, como algumas medidas de ajuste precisam de certa velocidade, tem conversado bastante com o Congresso. Ele negou que haja algum mal-estar com os parlamentares e afirmou que "tem sido favorecido" por poder discutir questões importantes com as principais lideranças políticas. Mesmo assim, ele admitiu que, "no processo democrático a gente nem sempre consegue aquilo que quer".

Questionado se sua recente declaração de que a presidente Dilma Rousseff tem um desejo genuíno de endireitar a economia, mas nem sempre faz as coisas do jeito mais eficiente, e o fato de ter se referido aos parlamentares como seus "novos amigos" poderiam prejudicar as negociações do ajuste fiscal com o Congresso, Levy deu a entender que não acredita nessa possibilidade. Segundo ele, alguns deputados e senadores são de fato novos amigos, enquanto outros são velhos conhecidos. Para Levy, tem havido sucesso mesmo em negociações que num primeiro momento não parecem bem encaminhadas.

O ministro disse também ter consciência de que muita gente vai reclamar da disciplina fiscal com a qual o governo está se comprometendo. No entanto, de acordo com Levy, a redução de gastos é forte, o governo tem que mostrar liderança e a presidente Dilma Rousseff tem bancado isso.

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São Paulo - O ministro da Fazenda , Joaquim Levy , disse nesta segunda-feira, 30, durante fórum empresarial promovido pelo grupo Lide, que grandes parceiros comerciais do Brasil estão revertendo políticas anticíclicas e que isso tem impacto no balanço de pagamentos do país.

É o caso dos Estados Unidos, que já promoveram um ajuste fiscal e agora devem começar a normalizar a política monetária, e da China, que passa por uma transição, com menos investimentos.

"Tudo isso se reflete também no balanço de pagamentos, mostra o quanto de poupança externa a gente precisa para se manter. Hoje temos um déficit perto de 5% do PIB, é muito grande, é preocupante", comentou.

"O ajuste no preço da moeda é importante para permitir que a gente entre em uma trajetória mais sustentável das contas externas, ajude a aumentar a poupança doméstica, porque sem isso a gente não vai crescer".

Recuperação

O ministro disse ainda que o cenário de recuperação econômica traçado pelo governo pode não se concretizar se houver retrocesso no ajuste e o Brasil perder o grau de investimento. Por outro lado, se o governo seguir com as medidas propostas, o País poderá entrar em nova fase de crescimento.

"Se evitarmos os riscos, passaremos rapidamente pelo ajuste e teremos novas condições para um período de crescimento bastante significativo. O Brasil tem muitas coisas a seu favor", comentou.

Levy disse que, como algumas medidas de ajuste precisam de certa velocidade, tem conversado bastante com o Congresso. Ele negou que haja algum mal-estar com os parlamentares e afirmou que "tem sido favorecido" por poder discutir questões importantes com as principais lideranças políticas. Mesmo assim, ele admitiu que, "no processo democrático a gente nem sempre consegue aquilo que quer".

Questionado se sua recente declaração de que a presidente Dilma Rousseff tem um desejo genuíno de endireitar a economia, mas nem sempre faz as coisas do jeito mais eficiente, e o fato de ter se referido aos parlamentares como seus "novos amigos" poderiam prejudicar as negociações do ajuste fiscal com o Congresso, Levy deu a entender que não acredita nessa possibilidade. Segundo ele, alguns deputados e senadores são de fato novos amigos, enquanto outros são velhos conhecidos. Para Levy, tem havido sucesso mesmo em negociações que num primeiro momento não parecem bem encaminhadas.

O ministro disse também ter consciência de que muita gente vai reclamar da disciplina fiscal com a qual o governo está se comprometendo. No entanto, de acordo com Levy, a redução de gastos é forte, o governo tem que mostrar liderança e a presidente Dilma Rousseff tem bancado isso.

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