Economia

Decisão do PPB deixa Câmara sem maioria definida

Uma reunião a portas fechadas entre os 47 deputados do PPB definiu a composição de forças na Câmara dos Deputados para 2003. Ou melhor, oficializou a indefinição. O partido, último a se manifestar a favor ou contra o governo petista, optou por manter uma postura de independência - e deixa sem resposta a pergunta de […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h11.

Uma reunião a portas fechadas entre os 47 deputados do PPB definiu a composição de forças na Câmara dos Deputados para 2003. Ou melhor, oficializou a indefinição. O partido, último a se manifestar a favor ou contra o governo petista, optou por manter uma postura de independência - e deixa sem resposta a pergunta de quem terá mais forças na Câmara.

Sem os votos do partido de Paulo Maluf e Delfim Netto, tanto governo quanto oposição são minorias, com uma pequena vantagem numérica para a base de sustentação de Lula. O governo conta com 235; os partidos de oposição (PFL, PSDB, PMDB e PRONA) têm 227. A cada votação, portanto, os 47 votos do PPB podem decidir a favor do governo ou do bloco que faz oposição ao Planalto.

Diante deste cenário, torna-se decisivo entender o que o PPB entende por independência. "O partido votará com o governo quando coincidir posições. Caso contrário, votaremos com a oposição", informou um integrante do PPB.

Reformas a salvo

Apesar da indefinição sobre a maioria na Câmara, o governo conta com o comprometimento de todos os partidos, exceto o Prona, em aprovar as reformas de Estado, em especial a da Previdência e a tributária. PFL, PSDB e PMDB prometem fazer oposição consciente, sem obstruir o que os partidos avaliam como mudanças urgentes que o Brasil precisa. "O PSDB não vai fazer oposição como o PT fez", diz o deputado Jutahy Magalhães Junior, líder do partido na Câmara. "Faremos uma oposição a favor do país, e isso implica apoiar as reformas da Previdência e tributária."

Antes mesmo de definir sua "independência" na Câmara, o PPB também já se expressava favorável às reformas. "Existem projetos que, independentemente de apoiar ou não o governo, o partido quer fazer", afirmou o deputado Celso Russomano, do PPB de São Paulo, ao Portal EXAME no início da semana. "Mudar a Previdência Social e o sistema tributário são indispensáveis para o país atualmente."

Com as reformas a salvo, a indefinição sobre a maioria na Câmara é uma boa notícia para o jogo democrático em Brasília: nem governo nem oposição terão forças e votos para ditar suas vontades, o que pode evitar desmandos do Executivo e também uma sempre possível obstrução da oposição, apesar de, no papel, os não-governistas prometerem uma "nova e consciente oposição". O equilíbrio de forças, assim, fica muito mais confiável.

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