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Decisão do FED deve ajudar mercados no Brasil no curto prazo

Decisão do Federal Reserve foi bem recebida por economistas brasileiros, que preveem alívio no cenário para câmbio e juros

Prédio do Federal Reserve: Banco Central americano decidiu continuar a compra de títulos ao ritmo de 85 bilhões de dólares por mês (Jonathan Ernst/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2013 às 18h03.

A decisão do Federal Reserve de continuar a compra de títulos ao ritmo de 85 bilhões de dólares por mês, anunciada nesta quarta-feira, foi bem recebida no Brasil por economistas, que preveem alívio no cenário para câmbio e juros, além de tendência de alta para a Bovespa, mas o movimento tende a ser de curto prazo.

Veja a seguir comentários de economistas sobre a decisão do FED e impactos sobre a economia brasileira .

Roberto Prado, Economista, Itaú Unibanco:

"O Fed surpreendeu os mercados, pois a expectativa era de redução no programa de compra entre 10 e 15 bilhões de dólares.

Agora deve haver maior entrada de capital no Brasil, com fluxo para bolsa e renda fixa, enquanto as taxas de juros devem cair.

Isso de alguma forma beneficia preços de ativos e, portanto, um pouco a economia, mas não mudou a perspectiva de cenário. À medida que a economia dos EUA continuar a evoluir, o Fed deve iniciar uma redução das compras mais adiante ainda este ano, e pressão sobre os juros voltará."

Hugo Penteado, Economista, Santander Asset Management:

"A manutenção dos estímulos pode trazer um momento bom para os mercados no Brasil, mas deve ser um movimento de curto prazo, pois os fundamentos macroeconômicos do país seguem fracos e o pano de fundo é o mesmo. Outro ponto que limita o efeito positivo é o fato de que o mercado já estava precificando a postura mais leve do Fed, conforme os dados recentes sobre a economia dos EUA vieram mais fracos. Falta saber até que ponto isso já estava no preço."


Hamilton Moreira Alves, do BB Investimentos:

"A decisão surpreendeu positivamente, eu achei que o Fed começaria a retirar os estímulos em 5 bilhões ou 10 bilhões de dólares. As bolsas lá fora devem ter um rali e a Bovespa vai subir a reboque, seremos favorecidos. No curto prazo, acredito que a Bovespa pode chegar a 57.100 pontos, e depois pode chegar perto de 60.000 pontos. Teremos um fluxo de recursos de volta para países emergentes no curto prazo, e o dólar tende a perder valor ante outras moedas porque a oferta de dólar não vai cair nos EUA."

André Perfeito, Economista-Chefe, Gradual Investimentos:

"A decisão em manter inalterada sua política de acomodação monetária sugere que o real pode voltar a se apreciar fortemente contra o dólar. Revisamos nossa projeção de 2,20 reais para o câmbio no fim do ano (projeção esta que estávamos desde o fim do primeiro semestre 2013) para 2,10 reais.

Outra implicação desta decisão do FED é a adequação da nossa curva de juros doméstica que estava excessivamente 'pessimista'.

Vemos pouco espaço para aperto monetário por aqui, sendo que o Copom deve fazer apenas uma alta de 50 pontos base, ou até de apenas 25 na próxima reunião uma vez que a hipótese de inflação de custo está fragilizada com a queda do dólar."

Thaís Marzola Zara, Economista-Chefe, Rosenberg Associados:

"Não só a retirada dos estímulos não começou nesta reunião como, pelo restante do comunicado, depreende-se que ele não deve começar tão cedo; o Banco Central americano está preocupado com o ritmo de atividade, ameaçado pelo recente estreitamento das condições financeiras (leia-se: alta expressiva dos Treasuries), bem como pela possível contração trazida pela política fiscal mais apertada. Serão necessárias mais evidências de melhora da economia antes de alteração do rumo da política, o que não deve ocorrer ainda neste ano. Bernanke deixa a questão para ser resolvida por seu sucessor(a)."


José Francisco De Lima Gonçalves, Economista-Chefe, Banco Fator:

"O cenário de fragilidade do mercado de trabalho e o risco de piorar a situação da atividade econômica se o juro continuasse subindo prevaleceu, e a decisão veio razoavelmente dentro do esperado. Para o Brasil, a decisão alivia juro, alivia câmbio e dá um empurrãozinho na bolsa. Principalmente sobre juro e câmbio o efeito é mais importante porque isso tem muita relação com o medo da inflação e da política monetária. Agora todos vão ficar de olho em como o Banco Central vai encaixar esta notícia."

LCA Consultores:

"O desfecho da reunião frustrou nossa expectativa de que seria anunciada uma desaceleração (ainda que modesta) no volume de compras de títulos públicos a partir de outubro. Continuamos a trabalhar com a hipótese de que o programa de relaxamento será desacelerado ainda este ano; e que o FED encerrará as compras de títulos públicos até meados do ano que vem. Ademais, continuamos a avaliar que o juro básico norte-americano não começará a ser elevado antes de meados de 2015."

Luis Otávio De Sousa Leal, Economista-Chefe, Banco ABC Brasil:

"Claramente o Fed deu dois recados: existem muitas dúvidas na economia. Os EUA está no meio da questão fiscal que pode mudar o cenário de crescimento da economia para frente --como a questão do teto da dívida e do orçamento. Além disso, houve uma puxada nos juros e por isso o Fed não retirou os estímulos agora. O Fed quer que a taxa de juros caiam mais e a sensação que fica é que o mercado exagerou na puxada dos juros."

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Veja a seguir comentários de economistas sobre a decisão do FED e impactos sobre a economia brasileira .

Roberto Prado, Economista, Itaú Unibanco:

"O Fed surpreendeu os mercados, pois a expectativa era de redução no programa de compra entre 10 e 15 bilhões de dólares.

Agora deve haver maior entrada de capital no Brasil, com fluxo para bolsa e renda fixa, enquanto as taxas de juros devem cair.

Isso de alguma forma beneficia preços de ativos e, portanto, um pouco a economia, mas não mudou a perspectiva de cenário. À medida que a economia dos EUA continuar a evoluir, o Fed deve iniciar uma redução das compras mais adiante ainda este ano, e pressão sobre os juros voltará."

Hugo Penteado, Economista, Santander Asset Management:

"A manutenção dos estímulos pode trazer um momento bom para os mercados no Brasil, mas deve ser um movimento de curto prazo, pois os fundamentos macroeconômicos do país seguem fracos e o pano de fundo é o mesmo. Outro ponto que limita o efeito positivo é o fato de que o mercado já estava precificando a postura mais leve do Fed, conforme os dados recentes sobre a economia dos EUA vieram mais fracos. Falta saber até que ponto isso já estava no preço."


Hamilton Moreira Alves, do BB Investimentos:

"A decisão surpreendeu positivamente, eu achei que o Fed começaria a retirar os estímulos em 5 bilhões ou 10 bilhões de dólares. As bolsas lá fora devem ter um rali e a Bovespa vai subir a reboque, seremos favorecidos. No curto prazo, acredito que a Bovespa pode chegar a 57.100 pontos, e depois pode chegar perto de 60.000 pontos. Teremos um fluxo de recursos de volta para países emergentes no curto prazo, e o dólar tende a perder valor ante outras moedas porque a oferta de dólar não vai cair nos EUA."

André Perfeito, Economista-Chefe, Gradual Investimentos:

"A decisão em manter inalterada sua política de acomodação monetária sugere que o real pode voltar a se apreciar fortemente contra o dólar. Revisamos nossa projeção de 2,20 reais para o câmbio no fim do ano (projeção esta que estávamos desde o fim do primeiro semestre 2013) para 2,10 reais.

Outra implicação desta decisão do FED é a adequação da nossa curva de juros doméstica que estava excessivamente 'pessimista'.

Vemos pouco espaço para aperto monetário por aqui, sendo que o Copom deve fazer apenas uma alta de 50 pontos base, ou até de apenas 25 na próxima reunião uma vez que a hipótese de inflação de custo está fragilizada com a queda do dólar."

Thaís Marzola Zara, Economista-Chefe, Rosenberg Associados:

"Não só a retirada dos estímulos não começou nesta reunião como, pelo restante do comunicado, depreende-se que ele não deve começar tão cedo; o Banco Central americano está preocupado com o ritmo de atividade, ameaçado pelo recente estreitamento das condições financeiras (leia-se: alta expressiva dos Treasuries), bem como pela possível contração trazida pela política fiscal mais apertada. Serão necessárias mais evidências de melhora da economia antes de alteração do rumo da política, o que não deve ocorrer ainda neste ano. Bernanke deixa a questão para ser resolvida por seu sucessor(a)."


José Francisco De Lima Gonçalves, Economista-Chefe, Banco Fator:

"O cenário de fragilidade do mercado de trabalho e o risco de piorar a situação da atividade econômica se o juro continuasse subindo prevaleceu, e a decisão veio razoavelmente dentro do esperado. Para o Brasil, a decisão alivia juro, alivia câmbio e dá um empurrãozinho na bolsa. Principalmente sobre juro e câmbio o efeito é mais importante porque isso tem muita relação com o medo da inflação e da política monetária. Agora todos vão ficar de olho em como o Banco Central vai encaixar esta notícia."

LCA Consultores:

"O desfecho da reunião frustrou nossa expectativa de que seria anunciada uma desaceleração (ainda que modesta) no volume de compras de títulos públicos a partir de outubro. Continuamos a trabalhar com a hipótese de que o programa de relaxamento será desacelerado ainda este ano; e que o FED encerrará as compras de títulos públicos até meados do ano que vem. Ademais, continuamos a avaliar que o juro básico norte-americano não começará a ser elevado antes de meados de 2015."

Luis Otávio De Sousa Leal, Economista-Chefe, Banco ABC Brasil:

"Claramente o Fed deu dois recados: existem muitas dúvidas na economia. Os EUA está no meio da questão fiscal que pode mudar o cenário de crescimento da economia para frente --como a questão do teto da dívida e do orçamento. Além disso, houve uma puxada nos juros e por isso o Fed não retirou os estímulos agora. O Fed quer que a taxa de juros caiam mais e a sensação que fica é que o mercado exagerou na puxada dos juros."

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