De olho nos EUA, China e África do Sul pedem apoio comercial dos Brics
O encontro do bloco é o primeiro desde que os EUA começaram a aplicar novas tarifas para tentar reequilibrar o comércio global que Trump considera injusto
Reuters
Publicado em 25 de julho de 2018 às 11h54.
Última atualização em 25 de julho de 2018 às 13h20.
Johanesburgo - A China e a África do Sul pediram aos outros governos dos Brics nesta quarta-feira que lutem contra o protecionismo e incentivem o comércio global multilateral em face das ameaças de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , que colocam o comércio global em risco.
Os alertas de Trump criaram um novo incentivo para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul reforçarem sua cooperação comercial, e autoridades presentes na cúpula de três dias iniciada nesta quarta-feira em Johanesburgo encontraram uma voz coletiva em defesa do comércio internacional.
O encontro de presidente do bloco comercial é o primeiro desde que o governo Trump iniciou uma ofensiva para reequilibrar o multilateralismo comercial que o norte-americano classificou como injusto, relacionamentos que os EUA defenderam no passado.
"É nossa obrigação sincera demonstrar nosso compromisso com o sistema de comércio multilateral, salvaguardar a existência da OMC (Organização Mundial do Comércio) e também demonstrar nossa posição clara e forte contra qualquer ação unilateral e protecionismo", disse Zhang Shaogang, diretor-geral do Ministério do Comércio da China, na cúpula de países-membros dos Brics.
"A cooperação no comércio e no investimento é a propulsora de uma cooperação abrangente dos Brics. Precisamos tornar nossa cooperação mais pragmática e institucionalizada".
O ministro do Comércio sul-africano, Rob Davies, disse que a economia mais industrializada da África está sendo afetada por danos colaterais.
"Todos nós, Brics, concordamos que este momento da economia global exige que fortaleçamos nossa parceria", disse Davies.